FERRO, Iracema.
ATENTADO. Militantes protestam contra homofobia. Carlos Eduardo, 19 anos, foi atingido por quatro tiros na madrugada de sábado num posto de combustíveis.
O JORNAL. Maceió, 16 out. 2012, p. 10
O atentado contra о homossexual Carlos Eduardo, 19 anos, gerou um protesto no centro da cidade na manhã do ontem. Representantes do Movimento LGBT fizeram um ato público e lançaram um movimento permanente intitulado "Basta de Homofobia".
Carlos Eduardo, também conhecido como a 'drag queen' Larissa Voguel foi atingido, na madrugada do último sábado, por quatro tiros disparados por um jovem não identificado que fugiu do local. A tentativa de assassinato aconteceu num posto de combustíveis no bairro da Ponta Grossa. O crime teria sido causado por homofobia.
A vítima foi levada para о Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia para retirada da bala na mão e liberado na manhã de ontem, mesmo com balas alojadas na perna e nas nádegas.
Segundo о presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Dino Alves, о objetivo é abrir os olhos da sociedade sobre a diversidade sexual e pedir as autoridades que investiguem os casos e punam exemplarmente os acusados de casos de homofobia.
Entre as ações propostas pelo movimento está a divulgação do Disque 100, о telefone gratuito do governo federal para denunciar casos de violência; cobrar das autoridades a instalação do Grupo de Trabalho (GT) de Segurança Pública LGBT, que existe desde 2010, mas não foi formalizado nem começou a atuar porque não foi publicado no Diário Oficial; além de estimular os homossexuais a andar de mãos dadas com seus parceiros e fazer manifestações públicas de carinho (como beijos na boca e abraços) nas ruas, praias, comércio e shoppings centers.
Dino lembra que no caso específico do atentado contra Carlos Eduardo о jovem não estava se prostituindo, brigando ou se expondo a vulnerabilidade. "Ele foi comprar refrigerante acompanhado do namorado. A família sabe que ele e gay e о apoia, о namorado é aceito por todos. Ele não se expôs, mas foi vítima de 10 disparos só porque é gay".
ACOMPANHAMENTO
O caso já está sendo acompanhado pelo Centro de Referência em Cidadania e Direitos Humanos, que é ligado a Secretaria Estadual de Direitos Humanos. Segundo a gerente de políticas públicas do Centro, Mônica Carvalho, os heterossexuais também têm sido vítimas da violência.
Até a manhã de ontem о caso ainda não havia sido notificado pelas autoridades de Segurança Pública.
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