Material divulgado pelo Núcleo de Estydos e Pesquisas sobre Direito, Sociedade e Viiolência do CESMAC.
CALHEIROS, Valdete. Homofobia. GGAL propõe que a PF acompanhe inquéritos. O
JORNAL, Maceió, 04 out. 2011, p. 12.
Alagoas ocupa o 4º lugar no
ranking dos estados brasileiros em
violência contra homossexuais. O caso
mais recente foi o do homossexual Heli de Lima, 44, assassinado no município de
Coruripe no último dia 24.
Por causa das estatísticas que
estão transformando Alagoas em um Estado
homofóbico, a direção do Grupo Gay de Alagoas (GGAL) está pensando em solicitar à Polícia Federal que acompanhe os inquéritos sobre os crimes cometidos contra
os homossexuais.
A decisão de "convidar"
a Polícia Federal será tomada dentro de
algumas semanas caso o Grupo Gay de Alagoas não consiga ser recebido pela Secretaria de Estado da Mulher,
Cidadania e Direitos Humanos, conforme adiantou o Presidente do GCAL, Nildo
Correia.
A entidade contabilizou 167 assassinatos
de homossexuais no país desde o início deste ano, dos quais 10 toram
registrados em Alagoas. "A situação está se tomando insustentável. Desde o Carnaval solicitamos uma audiência na
Secretaria de Estado de Defesa Social.
Até agora, sequer tivemos uma resposta ou mesmo uma data prevista para o
encontro”, complementou.
De acordo com o Grupo Gay de Alagoas, em nenhum dos crimes, a polícia chegou aos nomes dos suspeitos. Para Nildo Correia, os crimes homofóbicos mostram uma sucessão de problemas .
De acordo com o Grupo Gay de Alagoas, em nenhum dos crimes, a polícia chegou aos nomes dos suspeitos. Para Nildo Correia, os crimes homofóbicos mostram uma sucessão de problemas .
"A ausência de políticas públicas afirmativas, o fato de os jovens homossexuais serem
expulsos de casa cada vez mais cedo. Levando-os à criminalidade e marginalidade,
o contato com as drogas e, por fim, a impunidade", enumerou.
Nildo Correia disse ainda que as
autoridades não se preocupam com o
assunto. E emendou: no passado, 24 homossexuais foram assassinados em Alagoas.
Naquele ano, a quantidade de crimes homofóbicos
colocou o Estado em segundo lugar no ranking brasileiro de violência
contra os homossexuais.
Em 2010, Alagoas perdeu apenas para Bahia que registrou 29
assassinatos. São Paulo e Rio de Janeiro registraram 23 homicídios, cada um. Em 2009, foram
contabilizados 22 homicídios de homossexuais. Naquele ano, Alagoas foi o terceiro Estado
mais violento em relação a esse tipo de
crime.
Nildo Correia disse também que
nos últimos dez anos Alagoas registrou o assassinato do homossexual mais jovem
do país, um adolescente de 14 anos que foi morto com 14 tiros. "O homossexual mais idoso do país
assassinado na última década também é alagoana Foi um senhor de 78 anos e
morador de União dos Palmares".
No Brasil, foram registrados 260
casos de homicídios contra gays e travestis
no ano passado, o que representa um aumento de 31% em relação a 2009, de
acordo com o Grupo Gay da Bahia.
Ainda conforme o levantamento, o
número de assassinatos em 2010 alcançou uma média e uma morte de homossexual a
cada um dia e meio. Devido a essas estatísticas, o Brasil é considerado o país com o maior número de crimes
contra a população de lésbicas e homosesuxais.
GONÇALVES, Maurício. CRIME HOMOFÓBICO. Guarda municipal é morto a facadas. CORPO DE JOSÉ
FRANCISCO FOI ACHADO EM FRENTE À CENTRAL DE POLÍCIA, NA PRAIA DO SOBRAL;
CATEGORIA RECLAMA DE VIOLÊNCIA. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 06 out. 2011, p. 14
Como
fazia todas as noites, о guarda municipal José Francisco de
Paula Filho, 47 anos, saiu de casa em
busca de amor na Praia do Sobral. Dessa vez só encontraria о
ódio. Há indícios que ele foi empurrado do calçadão para a areia, arrastado роr
alguns metros e assassinado com cerca de dez facadas no coração, na cabeça, nas
mãos, nas pernas e um corte comprido no pescoço. О согро
foi achado em frente à Central de Polícia, ontem pela manhã.
Parentes
e colegas de trabalho sabiam da opção sexual de José e suspeitam que ele tenha
sido mais uma vítima de crime homofóbico em Alagoas. Ele quase sempre saía para
suas andanças noturnas sem dinheiro, sem celular e sem objetos valiosos, о
que toma remota a hipótese de latrocínio (roubar e matar). O guarda atuava apenas em serviços
burocráticos dentro da repartição e era muito benquisto pelos colegas,
afastando a tese de vingança ou crime relacionado ao trabalho.
A
delegada do 22° Distrito Policial (DP),
Maria Aparecida de Araujo, informa que о соrро
foi achado numa área perigosa. "Ali e área de tráfico e prostituição, tem
muito bandido, não podemos descartar nenhuma hipótese ainda, mas é difícil
pensar em latrocínio porque a família acha que ele não tinha nada de valor.
Quem matou pode ter pensado que a vítima tinha dinheiro, aquele pessoal dali
vive cheio de droga, mas é mais possível que tenha sido рог
essa ojeriza que algumas pessoas têm contra о homossexual".
Ao
saber do crime, vários colegas de farda foram ao Instituto Médico Legal (IML) de Maceió em busca de informações. О согро
foi velado na sede da Guarda Municipal e enterrado no Cemitério de São José, no
Trapiche, sob comoção e protestos.
A
presidente da Associação dos Guardas Municipais, Solange Dias, informou que a
categoria está organizando uma manifestação de protesto contra a violência e a
impunidade.
REVOLTA
José é о
sétimo guarda assassinado desde 2010.
Este ano, foram três vítimas. "A nossa indignação é
ver toda essa violência e a impunidade, com о
aumento acelerado dos casos, e ninguém
vê о Estado dar uma resposta", diz Solange Dias. Alguns amigos estavam
inconsoláveis. "Era um cara pacato, muito legal, sempre ajudava todo
mundo, tinha um coração maravilhoso", afirma Josivaldo Ataíde, colega de
farda.
José Francisco morava no Prado, numa casa que
dividia com irmãos e sobrinhos. Como sempre costumava
regressar рог volta das 23h e nunca dormia fora de casa. A família estranhou sua
ausência ao raiar do sol. Apos uma conhecida
ouvir no rádio sobre um corpo encontrado na areia do Sobral, coube ao irmão, о vigilante Gilson
Francisco de Paula, a infeliz tarefa de ir lá. "Quando estava a caminho,
só me veio na cabeça uma tristeza, eu estava sentindo uma coisa ruim",
desabafa Gilson.
Segundo Gilson, um vigilante da região ainda disse
ter ouvido os gritos de uma pessoa, durante a noite, mas não teria visto nada.
Quando confirmou que о corpo era mesmo de seu irmão, Gilson afirma que não se conteve.
"Pensei, poxa, perdi meu irmão, ele nunca mexeu com ninguém, sempre foi
honesto, trabalhador, vivia de cabeça erguida, e agora está ai desse
jeito".
D.M. HOMOFOBIA. Guarda municipal é esfaqueado próximo à Central de Polícia.
Tribuna Independente, Maceió, 06 out. 2011, p. 11
Por volta das seis horas da manhã
de ontem, o corpo do guarda municipal José Francisco, da 49 anos, foi
encontrado por pescadores na areia da Praia do Sobral, em frente à Central de
Polícia. De acordo com os levanta mentos realizados pelo Instituto de
Criminalística (IC), ele morreu após ser esfaqueado, com 20 perfurações. No
local, era possível ver indícios de uma luta corporal travada, por conta de
várias manchas de sangue no chão.
Segundo informações coletadas com
familiares de José Francisco, encaminhados à delegada plantonista Bárbara
Arraes e à delegada Maria Aparecida, do 22° Distrito Policial, a vítima
trabalhava como guarda municipal e também era moradora do bairro do Prado.
Segundo elas. Francisco costumava sair para beber nas madrugadas.
A delegada Maria Aparecida não
descarta a possibilidade de o crime ter sido praticado por motivos homofóbicoa,
já que, segundo informações da família da vítima. Francisco teria assumido a
sua orientação sexual e teria sido seguido por uma pessoa com quem manteria um
relacionamento. Pescadores da região informaram que a localidade é famosa por
ser um ponto de prostituição.
"Até o momento, apuramos que
ele pode ter sido vítima de homofobia.
Alguns familiares já informaram isso. Existe também a suspeita dele ter
sido seguido por alguém de bicicleta. Vamos investigar para chegar a uma
conclusão. Sexta-feira ouviremos os familiares e vamos dar início às
investigações". O corpo da José Francisco foi velado ontem na sede da
Guarda Municipal de Maceió, no bairro de Jaraguá.
ROSA, Láyra Santa. Guarda
Municipal é morto a facadas na praia da Avenida. Os familiares de José
Francisco suspeitam de crime homofóbico. O Jornal, 6 de out. 2011, p. 10.
O corpo do guarda municipal José
Francisco de Paula, 49, foi encontrado
na manhã de ontem, com vários golpes de arma branca (faca), na areia da praia da Avenida. no bairro do Prado, em
Maceió. A família não sabe a motivação
do crime, mas suspeita que tenha ligação com a sexualidade da
vítima, que era homossexual.
Assim como fazia quase todos os dias, por
volta das I9h30 de terça-feira. "De Paula" como era conhecido, avisou à família que iria até
a orla fazer uma caminhada e que voltaria logo. Com o passar das horas, os
sobrinhos que moram com ele na Rua Franco Jatobá, no Prado, começaram a ficar
preocupados e entraram em contato com a
família.
"Foi um desespero durante
toda madrugada. Ligamos para a casa de
todos os nossos familiares e ninguém sabia dele. Tentamos o celular, mas ele
tinha deixadio em casa Pela manhã, começamos a fazer a procura e meu tio, já
encontrou o corpo sendo recolhidopelo IML (Instituto Médico Legal) Ele sempre fazia isso, era discreto, mas sabíamos
que suas caminhadas eram para se encontrar com
outras pessoas, disse a sobrinha da vítima, Alessandra Patrícia de Paula.
Muito abalado, o irmão do guarda
municipal, que trabalha como vigilante, Gilson Francisco de Paula, relatou que
foi doloroso ver o irmão morto na praia.
"Passei de moto por toda a praia e vi o rabecão do IML. Naquele momento, imaginei que poderia ser meu
irmão e fui fazer o reconhecimento. Foi muito sofrido. Perdi meu amigo. Ele
morava comigo e com minha família”,
falou. “ Foi uma perversidade o que fizeram com ele. Era uma pessoa humilde,
sem inimigos e que jamais comentou qualquer tipo de ameaça ou desentendimento.
Acho que esse crime não tem ligação com o ambiente de trabalho dele".
De Paula foi encontrado morto a
poucos metros da Central dc Polícia, no
bairro do Prado. Ele estava caído na areia da praia, com vários golpes na
região do pescoço, no braço e nas mãos. "Acredito que ele estava
caminhando na calçada e alguém o derrubou
para a praia. Pelo que vi nas marcas pelo corpo, acredito que ele tenha
tentado se defender, chegando a correr. Tinham muitos cortes no pescoço, mas
também havia cortes nas mçãos e braços”, disse Gilson Francisco.
Além de matar o guarda
nunicipal. o assassino ainda levou a
carteira com todos os documentos,
inclusive a identidade funcional. “Não faço ideia do que pode ter acontecido.
Como já disse, meu irmão era muito discreto, na dele. Não mexia com ninguém e
respeitávamos a vida dele. O que sabemos é que ele foi morto e que levaram
todos os documentos". disse o irmão. "Foi um crime cruel. Tenho
certeza que mataram meu irmão por um motivo fútil. Ele eran muito pacato e falava
pouco. Espero que o culpado seja preso, apesar de não acreditar na justiça.
Estamos vivendo um momento onde cidadão de bem morre e bandido fica
solto", desabafou.
INVESTIGAÇÃO
– A morte de José Francisco de Paula deverá ser investigada pela equipe da delegada Maria
Aparecida, titular do 22º Distrito Policial. A expectativa é que até a próxima semana, parentes e amigos da vítima
sejam chamados para prestar depoimento.
Uma das linhas que deve ser investigada é crime homofóbico.
Na manhã de ontem, no IML o
movimento de guardas municipais foi intenso. Vários companheiros de trabalho do
guarda De Paula estavam revoltados com o crime. "Ele era uma pessoa de
bem. A guarda municipal está de luto. Sabíamos da opção sexual dele, mas ele
nunca mexeu com ninguém. Estamos todos chocados com esse crime e preocupados.
Essa é a segunda morte de guarda municipal em menos de quinze dias", disse
a guarda Cristiana Roberta Cordeiro. "Eu sinceramente, já estou pensando
em fazer outro concurso e deixar essa profissão. Estamos com muito medo dessa
violência. Não consigo entender como assassinaram uma pessoa tão da paz como De
Paula".
Para outro amigo da vítima, o
guarda Marcos Ferreira dos Santos o crime precisa ser apurado e os culpados punidos. "Estamos muito tristes
com essa situação. Estamos vendo nossos amigos morrerem e nada ser feito para
que os culpados sejam presos e paguem por seus crimes. Isso mostra a falta de
Comando na guarda e também o valor que temos", desabafou Ferreira.
GGAL: entidades vão intensificar ações
De
acordo Nildo Correia, presidente do Grupo Gay de Alagoas, ele não conhecia a
vítima, mas as características do assassinato e pelas informações que as
pessoas estão dando sobre De Paula, existem fortes características estar ligada
à homossexualidade. "Não posso afirmar nada, mas esse crime pode ter sido
mais um por motivos homofóbicos. Estamos em um Estado, que aparece entre os dez
que mais matam homossexuais no país. Em dez dias esse é o segundo caso, totalizando
onze assassinatos apenas este ano. E entre os crimes, apenas em dois casos os
culpados foram presos", afirmou o presidente do GGAL.
Diante de tanta violência, o
movimento nacional de homossexuais está organizando para tomar medidas mais
enérgicas. "Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Minas Gerais,
Pernambuco, Paraná, Goiás,Sergipe e Paraíba são os estados mais violentos
contra homossexuais. Estamos cansados de pedir punições e ações contra a
violência, então o movimento nacional está se reunindo e deve intervir com
ações mais fortes. É preciso buscar soluções para acabar com essa situação”,
completou Nildo Correia
Guardas: 4 mortes somente em 2011
Segundo o Sindicato dos Guardas
Municipais de Alagoas, desde 2009, 14 guardas municipais foram mortos. E em
nenhum deles, os culpados foram localizados e presos. Somente este ano foram
quatro profissionais assassinados. Três em Maceió e um na cidade de Anadia.
"Essas mortes estão causando
pânico na categoria. Nenhum desses crimes foi elucidado e não foi por falta de
cobranças. Já pedimos soluções à Defesa Social, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil
(seccional Alagoas). Esta última foi a única a se mover contra
essa situação, o resto nos deitou sem respostas", falou Clcif Ricardo Santos Alves, presidente do
sindicato.
A categoria deverá realizar na
próxima segunda-feira um ato pedindo agilidade nas investigacões das mortes dos
guardas municipais. "São anos de impunidade. Se continuar dessa forma,
vamos acabar sendo dizimados. [...]
RODRIGUES, Marcos. CRIMES DE HOMOFOBIA. Guarda Municipal foi a 11ª vítima
em AL. JOSÉ
FRANCISCO DE PAULA FOI MORTO A FACADAS PRÓXIMO A CENTRAL DE POLÍCIA, NO PRADO;
ACUSADO DO ASSASSINATO AINDA NAÃO FOI PRESO. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 07 out.
2011, p17.
A
morte violenta do guarda municipal José Francisco de Paula Filho, 47 anos, pode engrossar uma triste
estatística: Alagoas é о 4º Estado em numero de
crimes contra a vida de homossexuais. De acordo com dados do Grupo Gay de
Alagoas (GGAL), о funcionário
público foi a 11ª vítima este ano
executada durante um possível "encontro". Seu corpo foi achado com
dez facadas no peito e outras oito espalhadas pelo corpo.
"Por
causa disso, há décadas, não conseguimos sair da relação dos dez Estados que
mais matam homossexuais no Brasil. Ate agora já são 171 mortes em todo о País", disse о
presidente do GGAL, Nildo Correia.
Em
entrevista a TV GAZETA, ele disse que dos casos
registrados em Alagoas, apenas dois estão esclarecidos, enquanto os demais,
segundo dados de entidades nacionais, não tem sequer acusados.
Conforme о
GGAL, existe uma relação entre a condição social e a impunidade. Em geral, os
casos que envolvem homossexuais de baixa renda costumam ficar impunes.
"Ainda
mais quando a família, além da sociedade, e a imprensa, não pressionam pelo
esclarecimento", revelou Nildo.
Quanto
a questão familiar, ele disse ainda que esse não é о
caso da do guarda municipal. Além de reconhecer e respeitar sua condição
sexual, a família da vítima demonstrou disposição de não deixar о
caso figurar entre as estatísticas da impunidade.
Neste
aspecto, a Associação dos Guardas Municipais, também não irá silenciar. Tanto
que já articula um protesto contra a violência que atinge a categoria para os
próximos dias.
Ao
criticar a postura das autoridades de segurança, о
presidente do GGAL informou que desde о inicio do ano
aguarda uma resposta da Secretaria de Defesa Social (Seds).
Segundo
Nildo Correia, até о momento о
secretário Dário César não atendeu a solicitação da entidade para um encontro
onde seriam discutidas estratégias de combate a violência contra homossexuais.
O
tema foi discutido na Conferência LGBT de 2008 quando foi definida a criação de
um Grupo de Trabalho de Segurança Pública que teria о
objetivo de aprofundar о debate em busca de soluções para
conter os ataques violentos.
Enquanto
isso não acontece, о GGAL tem feito campanhas de conscientização
para alertar aos gays sobre os riscos de relates com estranhos. A entidade
também foca a "questão da aceitação" por parte dos heterossexuais,
para conquistar о
respeito e despertar a tolerância.
Quanto
à investigação do homicídio, a delegada do 22° DP, Maria Aparecida Araújo,
declarou que vai iniciar as investigações a partir dos dependentes de crack que
moram num prédio invadido nas imediações do local do crime. "Foi uma
ousadia muito grande. Ele (José Francisco) foi morto praticamente enfrente a
Central de Policia", disse a delegada.
O
primeiro passo das investigações incluirá о
contato com a família. Até о momento, diante da
repercussão do caso, ela já sabe que a vítima costumava percorrer a orla, em
geral à noite, possivelmente em busca de parceiros. Mas, os detalhes ainda
serão levantados a partir dos depoimentos.
PROTESTO. O JORNAL. Maceió, 08 out. 2011.
Pauta Geral, p.2
O Sindicato dos Guardas
Municipais de Alagoas realizará, nesta segunda, a partir das 7h, uma caminhada
pelas ruas do centro da capital. O objetivo é chamar a atenção para homicídios,
tentativas e ameaças que vêm ocorrendo contra guardas municipais. A
concentração acontecerá na Praça Deodoro.
OLIVEIRA, Bleine. MANIFESTAÇÃO. Guardas municipais protestam contra onda de
violência. CATEGORIA COBRA ELUCIDACAO DE CRIMES E USO DE ARMA DE FOGO.
GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 11 out. 2011, p. 12.
Cerca de uma centena
de guardas municipais foram às ruas ontem reclamar a solução dos homicídios de
companheiros de atividades. No dia nacional do guarda municipal, о
sindicato da categoria promoveu uma caminhada por algumas das principais ruas
do Centro, onde os guardas fizeram duras críticas aos ocupantes de cargos nas
três esferas do poder público.
Eles
cobraram a apuração de 14 assassinatos
que, segundo о
Sindguarda/AL, ocorreram em função do exercício da função, da mesma forma que
denunciaram о
abandono a que estão submetidos, com baixos salários e sem condições de
trabalho. "A sociedade precisa tomar conhecimento do que está acontecendo
na Guarda Municipal", disse Cleif Ricardo, presidente do Sindguarda/AL.
A
caminhada pela paz tornou ainda mais lento о
trânsito no Centro e em seu entorno. Alem do apitaço dos guardas, os
motoristas, insatisfeitos com os congestionamentos, buzinavam insistentemente.
A irritação dos motoristas por pouco não resultou na briga de um deles com um
dos manifestantes, num trecho da Rua do Sol.
As
lideranças do movimento conseguiram conter os ânimos e a passeata prosseguiu
até as proximidades do Palacio República dos Palmares, sede do governo
alagoano. A categoria e formada por 857
guardas municipais cuja atribuição e garantir a segurança dos prédios públicos.
Por lei, não podem trabalhar armados.
Na manifestação de ontem eles pediram a regulamentação do
uso de arma de fogo para todos os que estão nessa atividade. Outro ponto
destacado pelo Sindguarda foi a elucidação dos homicídios que vitimaram a categoria
nos últimos dois anos.
O presidente da entidade
ressalta que, entre os meses de setembro e outubro, dois guardas municipais
foram assassinados. As mortes dos guardas civis Hernandes Omena de Oliveira,
executado a tiros quando chegava em casa, no Benedito Bentes, no dia 20 de setembro, e Jose Francisco de Paula,
morto a facadas na Praia do Sobral, no ultimo dia 4, são os casos mais recentes e que, segundo sindicato, justificam
a manifestação que realizaram ontem pela manha.
"Queremos
que todas essas mortes sejam esclarecidas. E uma violência inaceitável, que se
agrava por não sabermos de onde partiu", disse Cleif Ricardo. O secretário
de Defesa Social, coronel PM Dário César Cavalcante foi citado nominalmente
quando as lideranças cobraram о
esclarecimento de todas as mortes.
Mas
os guardas também aproveitaram a manifestação para reclamar da Prefeitura
condições de trabalho e melhores salários. O prefeito Cícero Almeida foi citado
diversas vezes, duramente criticado pela categoria. O abandono do prédio sede
da GCM, a falta de equipamentos e fardamento adequado foram motivos de
críticas. "Prefeito, о
senhor vai deixar о
cargo, depois de 8 anos, sem cumprir a promessa de valorizar os servidores
públicos", disse Cleif Ricardo.
Ao
passar em frente à Praça Pedro II, onde fica о prédio da Assembleia Legislativa, os
manifestantes reclamaram da classe política, acusando os parlamentares de serem
omissos diante dos problemas da população. A manifestação teve a participação
dos familiares dos guardas, inclusive daqueles cujas mortes estão sendo
cobradas.
REDAÇÃO. AÇÃO NACIONAL. Alagoas assinará pacto contra a homofobia. GAZETA DE
ALAGOAS. Maceió, 20
out. 2011, p. 16
A Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds) enviou a
Brasília o integrante do Conselho de Combate à Discriminação em Alagoas,
Aarão José da Silva, para participar de reunião com representantes da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) e o Ministério da
Justiça, que elaborou um protocolo de intenções a ser pactuado com as secretarias
estaduais de Segurança Pública de todo o País.
O documento tem como
objetivo a construção de políticas públicas de segurança e o enfrentamento à
violência contra homossexuais no Brasil.
Durante a reunião, a ministra
da SEDH, Maria do Rosário, e os representantes dos Estados debateram os itens
da minuta, fizeram adaptações, mudanças e aprovaram o texto final do
protocolo de ações conjuntas no combate à homofobia, que será encaminhado aos
secretários de Segurança Pública de todos os Estados brasileiros, para
avaliação e realização dos últimos ajustes antes da assinatura do termo.
"A intenção da SEDH
e do Ministério da Justiça é que todas as secretarias tenham um trabalho concreto
de defesa e de atendimento adequado dos homossexuais nas delegacias e em
todas as estruturas policiais", explicou.
O documento deverá ser
assinado por todos os secretários e os ministros, durante realização da
Conferência Nacional LGBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais), que
ocorrerá de 15 a 18 de dezembro, em Brasília.
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