Material divulgado pelo Centro de Estudos e Pesquisas sobre Direito, Sociedade e Violência do CESMAC, Centro Universitário
ALMEIDA, Anna Cláudia. Índios. Funai pede na justiça
desocupação da sede. O JORNAL. Maceió, 27 out. 2011, p. 11
A Fundação Nacional do índio
(Funai) ingressou ontem na Justiça Federal com um pedido de reintegração de
posse para a retirada de um grupo de índios das tribos Xucuru-Kariri e Karapotó
que ocuparam na noite de terça-feira (25) a sede da fundação, no Centro de
Maceió.
Os índios das aldeias Monte
Alegre e Guariri reivindicam a demarcação de terras e oficialização das
aldeias, para que sejam concedidos ao
grupo assistências de saúde e educação. Segundo o Cacique Chiquinho, os cerca
de 80 índios dependem de um parecer jurídico para resolver o impasse com a
Funai.
Mas segundo o coordenador
regional da Funai, Frederico Vieira, o grupo não é reconhecido oficialmente
como índios e precisa passar por um levantamento para que possam receber os
benefícios garantidos por lei. Ele alega ainda que existam dificuldades
impostas pelas tribos para que esse estudo seja realizado.
"A
Funai tem que cumprir todas as exigências para que as tribos sejam
reconhecidas. E preciso buscar a descendência e assim comprovar que eles são
índios, mas com eles encontramos entraves. O que existe neste caso é um Cacique
que reuniu homens brancos, formou uma aldeia e quer que a Funai de assistência,
o que será impossível", explicou.
O coordenador lembra que os
verdadeiros índios Xucuru-Kariri repudiam a atitude do grupo, não os reconhece
e ameaçam vir à capital para retirá-los do prédio. A audiência solicitada com o
diretor da Funai não deve ocorrer, já que Frederico Vieira afirma temer sor
feito retém caso não atenda as reivindicações do grupo.
Como existe a possibilidade de
conflito, funcionários da fundação foram orientados a deixar o prédio e só
devem retornar após a decisão judicial. "Ontem, funcionários chegaram a
ser ameaçados e devem ir à Polícia Federal relatar o que aconteceu. O que eles
querem é ilegal e não poderá ser atendido pela Funai", finalizou.
A etnia Xukuru-Kariri é dividida
em 9 aldeias no município de Palmeira dos índios; já a Karapotó, em 3 aldeias,
no municipio de São Sebastião.
ALMEIDA,
Anna Cláudia. Sem acordo, índios permanecem acampados na sede da Funai.
Indígenas cobram regularizaçção de terras e reclamam da falta de asistência.O
Jornal. Maceió, 28 out. 2011, p, 12.
Regularização de terras,
conflitos internos e falta de assistência por parte da Fundação Nacional do
Índio (Funai). Esses são alguns dos
itens expostos pelos cerca de 100 índios
das tribos Xucuru-Kariri e Karapotó que ocupam a sede da Fundação, no Centro de Maceió, desde a última
terça-feira (25).
Sem perspectiva de serem
atendidos pela direção da Funai em Alagoas, os índios das aldeias Belo Monto e
Guariri reclam da falta de comprometimento da Fundação em resolver os problemas
referentes aos grupos. Os Xucurus-Kariris e Karapotós querem a demarcação de
terras e oficialização das aldeias.
Eles explicam que estão na dependência de um
parecer jurídico, que deverá ser remetido pelo juiz da 8ª Vara Federal de Arapiraca. "A Justiça
Federal está com o processo das terras que eram de domínio de um vereador
palmeirense e que agora é ocupada pelos índios. É com esse documento que
poderemos comprovar e oficializar a nosso tribo", expõe Cacique Chiquinha
representante dos Xucurus-Kariris.
Enquanto a situação não é
regularizada, os índios seguem sem serem cadastrados na Funai e não ficam aptos
a receberem os benefícios referentes à educação, saúde e alimentação. "As
terras passam a ser patrimônio da União e com toda a documentação podemos ter
direitos que são garantidos por lei aos índios. Já tivemos reuniões no MPF, com
o juiz responsável Funai, Funasa, mas enquanto esse impasse não for resolvido,
ficaremos acampados
aqui”, colocou o cacique.
Os índios pretendem receber da Funai os direitos produtivos, como sementes e equipametos
utilizados para planltaçâo. Outro objetivo é a instalação de um posto de saúde
e de uma escola dentro da aldeia, que atendam os anseios das comunidades.
Segundo o cacique, as cerca de 30 crianças estão recebendo educação numa escola pública,
mas os índios preferiam que elas fossem
orientadas dentro dos costumes das tribos. "Já o posto de saúde iria nos
ajudar no tratamento de doenças. Vivemos da medicina indígena e não temos
assistência alguma''.
A ocupação do prédio da Funai será por tempo indeterminado. É o que garante
o Cacique Guariri, da tribo Karapotó. O
clima entre índios e direção do órgão
ficou ainda mais tenso, após as decarações do coordenador da fundação,
Frederico Campos ao afirmar que o grupo não e reconhecido como índios.
“Ele diz que não somos índios,
mas fazia parte de outra aldeia e lá era reconhecido. Agora que saí do outro
grupo e estamos formando essa aldeia, ele fala isso para não resolver nossa
questão". Os índios negam também terem ameaçado funcionários da Funai, que
segundo a direção, teriam sido impedidos de entrarem no prédio ontem para
trabalhar.
O impasse segue sem solução e por
enquanto, os Xucurus-Kariri e Karapotós, permanecem na sede da Funai, contando
com doações. Na última quartafeira (26), o diretor da fundação, Frederico
Campos, conversou com a reportagem de O JORNAL e afirmou que ingressou na
Justiça Federal com um pedido de reintegração de posse, para que os índios
desocupem o prédio.
Ele afirmou ainda que grupo não é reconhecido oficialmente
como índios e precisa passar por um levantamento para que possam receber os
benefícios garantidos por lei. "A Funai tem que cumprir todas as
exigências para que as tribos sejam reconhecidas. É preciso buscar a
descendência e assim comprovar que
eles são índios, mas com eles encontramos entraves. O que existe neste caso é um Cacique que reuniu homens brancos, formou uma aldeia e quer que a Funai dê assistência, o que será impossível", explicou.
eles são índios, mas com eles encontramos entraves. O que existe neste caso é um Cacique que reuniu homens brancos, formou uma aldeia e quer que a Funai dê assistência, o que será impossível", explicou.
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