Esta matéria foi publicada no tablóide Contexto, jornal Tribuna Independente, Maceió em 4/12/2011
[HISTÓRIA E MEMÓRIA]
Um
pequeno bilhete sobre memória
Nogueira
é um bom memorialista e tem uma grande
capacidade de construir cenários. É conhecido por seus livros, atuação cultural
e política; portanto, não necessita de apresentação. A mesma condição é lançada
para o Professor José Medeiros que devotou sua vida à medicina, à
política, à educação e à cultura.
Pertencem a uma geração de intelectuais que tem muito a dizer sobre Alagoas. Um
deles (o Nogueira) é do agreste e o
outro (O Medeiros) da beira do São Francisco.
Contexto pediu para que Luiz Nogueira
escrevesse um pequeno texto, trazendo suas notícias sobre a
transição de um adolescente, saindo de uma cidade do sertão (Santana do Ipanema)
para tomar os ares da Capital e começar a construir ourea etapa de vida. A trajetória de Medeiros foi diferente, saindo
do Baixo São Francisco para fazer-se em Maceíó. Em que pontos os dois se
encontram para deixarem marcas claras na vida de Alagoas? Sabemos apenas que se encontram, justamente,
por terem deixado as marcas e isso é fundamental.
Eles
revivem a própria Alagoas quando falam de suas vidas e é interessante ver como
a recordação renova os tempos. E ela é tão importante, que Contexto vai deixá-la
livre para que ela nos traga um pedaço das lembranças de dois amigos e homens
públicos de nossa terra.
Sávio
de Almeida
Prazer em conhecê-la, Maceió!
Luiz
Nogueira Barros
O
canto, aquele silvo retilíneo com que as cigarras cortam as tardes sejam de
inverno, ou de verão, com um som estridente, algumas variações de intensidade,
chegavam a doer nos meus ouvidos. Aquilo parecia queixumes e inspirava
saudades, devaneios e perdições em minhas lembranças.
As
cigarras estão em minha vida desde os mais tenros anos. Cantavam nos coqueiros
na Fazendo dos Coqueiros, do seu Joel
Marques, ou nas terras do seu Nôzinho
Falcão, onde os pés de cajarana, as Cajaraneiras, deixavam escorrer, das suas
cascas, um líquido pegajoso, que ia se depositando em seus troncos, de cor
amarelo-queimado, formando cascatas, e que o meu pai costumava pegar, dissolver
em álcool e fazer colar para colar papel.
Saí
de Santana do Ipanema nos idos de 50, mês de julho, em direção de Palmeira dos
Índios, com meu amigo Nivaldo Cantuária e do seu pai. Dalí seguimos para Maceió
no velho trem da Great Westerm.. Em minhas lembranças a neta de escravos, Téo,
a velha empregada que eu jamais esqueceria, acesa nas minhas lembranças, nas
minhas insônias e histórias que me contava nas minhas fugas noturnas para o seu
quarto, cachimbo na boca, envelhecida, com ares de sacerdotisa, e um olhar
sereno e seguro, parecia rir.
As
lembranças da tragédia política de Mata Grande, com os Maltas, no Governo
Silvestre Péricles, 1950, também me acompanharam em função da minha amizade com
alguns colegas de parte da família que residia em Santana do Ipanema.
A
mata
A Mata, foi me
permitindo sentir o choque das suas vicissitudes ante a aspereza da vegetação
sertaneja. Nas curvas e nas proximidades das estações o longo silvo, seguido de
uma fumaça, da velha máquina movida por uma caldeira de lenha, que queimava e
cujo fogo era abrasador, me fazia pensar numa cigarra gigante, uma cigarra de
ferro, acordando tudo por onde passava. Nas estações, as pessoas vendendo de
tudo: tapioca, milho cozido, cocadas, pirulitos, frutas, galinhas e tantas
outras coisas que já esqueci.. Uma festa.
Final
de tarde e meu pai nos esperava na velha Rede Ferroviária. Na plataforma,
alguns cumprimentos e seguimos para a minha casa, Rua Comendador Leão, numa
espécie de sítio, ampla, descuidada, pintada de cor lilás, telhados aparentes e
rodeada por varandas. E os abraços de minha mãe, sempre séria e gentil. E a
falsa impressão de que meus irmãos haviam crescido.. Na manhã seguinte o
Colégio Guido, com todos os documentos trazidos do velho Ginásio Santana. Eu e
Nivaldo fomos matriculados. Ele ficaria morando conosco, uma retribuição ao que
o velho Cantuária havia feito comigo
quando da vinda dos meus pais para Maceió.
A
matrícula no Colégio
Vi o Farol,
defronte ao Colégio Guido, inclinado, não mais fitando o mar para avisar aos
lobos do mar, os comandantes de navios, a proximidade de terras. Tudo havia
acontecido um pouco antes da minha chegada, numa noite de chuvas intensas. O velho
Farol, inclinado, olhava para os estragos nas falésias, formações que
indicariam, um dia, as águas do mar por ali estiveram, numa clara diferença de
que as ribanceiras são condizentes com as presenças das águas dos rios e
lagoas.
O
Barão de Atalaia havia construído, na garganta que liva a Rua do comércio ao
edifício da Assembléia Legislativa, um sobrado com vistas para o mar e ali
hospedara D. Pedro II, em sua viagem a Alagoas, e no futuro seria sede da
Confederação Geral dos Trabalhadores, por volta dos anos 60, com episódios que
antecederam o Movimento Militar de 1964. O Barão casaria com uma irmã do
Visconde de Sinimbu, D. Maria Vieria. O Barão de Jaraguá, seu desafeto
político, construiria outro sobrado, mais adiante, tapando-lhe parte da visão para
o mar, e onde funcionariam as futuras instalações do Arquivo e Biblioteca, estaduais.
Depois
me chegaram notícias de mortes e destruição de casas. Dia seguinte, ao deixar o
colégio, passei na rua e vi as cenas de destruição E o mais notável: Drª Maria
Vitória, “Vitorinha”, Assim tratada pelos colegas do seu tempo, havia acabado
de sair para atender a uma parturiente, escapando da tragédia que também
invadira sua casa. Dra Vitória, tal Drª Nise da Silveira, foram duas lendas da
medicina, em Alagoas, tempo no qual as mulheres se iniciavam na arte
praticamente reservada aos homens.
Um
besouro de ferro
Aquele
besouro imenso, o Bonde Elétrico, correndo sobre trilhos de aço, ou de ferro,
barulhento, com uma bengala atrelada ao fio, e de onde , por vezes, saíam
centelhas de fogo. Aberto, a brisa correndo em nossas faces, tornava a viagem
uma aventura. Enfim, eu conheceria a Rua do Comércio, decantada em prosa e
versos pelo meu pai, fazendo-me apresentações, loquaz e feliz. Estranha
preocupação do meu pai ao me mostrar um prédio na subida de uma ladeira, com o
nome de Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Belo prédio, e não entendi
seu entusiasmo, até que ele me falou:
-Aqui
reúnem-se os homens mais importantes da cultura alagoana. Estou lhe dizendo isso
porque você adora os livros.
E
seguimos, num percurso que tomou a nossa manhã. Anos depois, aos 60 anos,
tornei-me sócio da entidade que meu pai tanto admirava. Ele havia completado o
curso primário que, no seu tempo,
equivalia ao ginasial e colegial, permitindo acesso ao nível superior.
Alguns dos seus livros, guardados a sete chaves, cheguei a aproveitar. Relutou
muito em me permitir que também ficasse com o livro de Alan Kardec, espírita
que ele adotava, em seus silêncios e que um dia gerou diálogo grosseiro, entre
nós dois:
-Pois
bem: um dia você estará lendo esse livro, eu estarei morto, mas escreverei meu
nome numa dessas páginas. Felizmente, jamais fez isso, até o momento em que
transcrevo tal lembrança.
A cidade sendo olhada
O
passeio continuou. Um imenso relógio, O Relógio Oficial, que permitia
avistássemos as horas de alguma distância, no encontro das Rua do Comércio e da
Rua do Livramento, tinha a magia do tempo presa em seus enormes ponteiros.
Fascinava pelo tamanho.
A
Catedral Metropolitana, imponente e sobranceira, com quatro janelas, em suas
torres, de onde se via toda a cidade, guardava as recordações da visita do
Imperador Pedro II que, por razões diversas jamais foi oficializada,
transformada, em Templo Imperial, numa Alagoas cuja maior importância, para a
época, era a Cachoeira de Paulo Afonso, verdadeiro motivo da viagem do
Imperador, de grandes lembranças, Pedro II.
O
edifício onde funcionava a Assembléia Legislativa Estadual, na qual se debatiam
forças políticas egressas das mais variadas correntes políticas formadas com
mais rigor entre os anos 30 e 50, lembrava as construções ee Versalhes.
Defronte a esse parlamento uma pracinha com o busto de D. Pedro II e uma
espécie de piscina, redonda, em torno da qual muitos de nós, Herman Baeta,
Hamilton Carneiro, Orlando Lessa e tantos outros nos reuníamos impregnados de
preocupações políticas e culturais, nas noites, enquanto o mundo aguardava
nossas reflexões e decisões para salvar o mundo.
Os
livros
Sempre
apreciei os livros. Tudo havia começado com Castro Alves, o poeta dos escravos,
e nunca mais parei de ler. Natural, que a velha Livraria José de Alencar me
despertasse imensa curiosidade. Ali, com o passar dos anos, vi e admirei as
figuras de intelectuais que transitavam e discutiam temas que eu ouvia
atentamente. Mais adiante, já no curso colegial, no Liceu Alagoano, colégio
público e compatível com a minha nova realidade, em face das razões de dinheiro
e saúde do meu pai, conheci intelectuais que cujas palavras eram ouvidas atentamente.
Algumas vezes, ousei me inserir em alguns contextos dos temas discutidos. No
mínimo, e era muito, obtive risos descontraídos e aquiescências, nos meus
raciocínios, daqueles senhores que mais me pareciam divindades. Mas de algum,
sempre ouvindo a observação: tem muito mais coisa, mas você chegará lá. Muitos
deles foram meus professores, num tempo no qual, diziam, ser melhor que o
ensino particular.
Durante
anos o bonde elétrico foi meu transporte regular. E também um trapézio,
daqueles que eu via nos circos do interior, e no qual aprendi a tomá-lo e
descer em movimento, tais, os malabaristas, fugindo do cobrador, molecagem para
economizar alguns centavos.
O
mar
O
esperado mar, das informações sobre ondas capazes de virar um navio, qualquer
que fosse tamanho. E o sabor da água salgada, que os mais velhos informavam
também ser medicinal. Na vinda para o Colégio Guido eu o havia visto,
imponente, colossal, e na curva do infinito separava-se do céu, num misterioso
encantamento geométrico. Mas, logo mais, era estar diante dele, dentro dele,
mesmo, correr sobre suas areias alvas e comprovar se, de fato, cantantes ante o
peso dos nossos passos de contentamento, de alegria. Ensaiei pisar de leve,
correndo, ouvidos atentos, esperando o tal ranger cantante daquelas areias
brancas. Preferi ouvir o ranger cantante daquelas areias. Fiquei satisfeito e
seria mais um a alardear que as areias cantavam ante o peso dos nossos passos.
Naquele mar, com a renúncia de Pedro I, nacionalistas alagoanos, brasileiros,
solicitaram que os portugueses, colonizadores, saíssem de Alagoas. E na fuga
para os navios, as areias ficaram cheias de sapatos, dentaduras, perucas e
tantos outros objetos. O português José Martins, possível fundador de Maceió,
“que nasceu espúria e sem assentamento autorizado...”, segundo Craveiro Costa,
foi encontrado morto, no Altar da Virgem, na Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo,
em Jaraguá, talvez não podendo fugir para a capital federal..
Os
revoltosos haviam lançado um manifesto ao Visconde da Praia Grande, Presidente
da Província, sobre tal exigência.
Mais
adiante passaria a morar na Avenida, ao lado velho Hotel Atlântico, imponente
construção capaz de encantar o mais humilde dos olhares atentos. E logo soube
se tratar do Solar dos Miranda, Hotel Atlântico, uma família cujos membros mais
influentes professavam uma ideologia socialista, algo sobre que minhas leituras
ainda nada haviam anotado. Somente viria a conhecer Jaime Miranda já cursando o
quinto ano da Faculdade de Medicina.
Tudo
era diferente. As famílias que ali moravam eram consideradas ricas. Boa parte
de grandes comerciantes. Ou de profissionais liberais bem sucedidos. Meu pai
ainda não havia sofrido as perdas econômicas que marcaram sua vida, Nem as
doenças que o invalidaram, levando-o a uma aposentadoria precoce. Terminei por
ir morar na Rua Quintino Bocaiúva, um nome feio, no bairro Ponta da Terra,
enlameada, estreita, Depois, para minha surpresa, Quintino Bocaiúva, viria
saber, tratar-se de figura notável do Império e logo da República.
Na
Avenida, conheci um grupo dos meninos ricos de Maceió. Herdeiros dos grandes
comerciantes e profissionais liberais. Ou então de famílias mais tradicionais,
remanescentes da Monarquia, ainda
deslumbrados com títulos já superados pelos tempos.
Uma
enorme casa, espécie de Solar dos Mascarenhas, não chamava a nossa atenção
apenas por suas dimensões de frente. Era que, no passado, havia sido ponto de
encontro de intelectuais de todos os níveis. Raquel de Queroz, José Lins do
Rego, Téo Brandão, Armando Wucherer, Valdemar de Oliveira e tantos outros, ali
haviam criado um universo de intelectuais.
Para
nós, os meninos, o solar era a sede de um time de futebol, o Avenida Esporte
Clube, no sótão que ficava no fundo construção. Joubert Mascarenhas, filho mais
velho dos Mascarenhas era o seu presidente. Guardei, durante anos, fotos que,
ao emprestá-las jamais as tive volta. Mas lembro, e muito bem, de algumas nas
quais aparecem pelo menos dois destaques: Paulo Mascarenhas, que terminou se
tornando coronel do Exército, e Nilton Rodrigues, tornado general, com o tempo.
Joubert Mascarenhas, após o Centro Metalúrgico, no comércio de Maceió,
tornou-se proprietário e fundador-representante da FYAT, com o nome MAVEL.
Farol
Mas,
na Avenida, um time, de adultos, pontificou durante anos, dirigido pelos irmãos
Perreli, comerciantes de calçados, no comércio de Maceió. O time reunia o que
mais de mais destacado social e economicamente havia naquela província dos anos
50/60. Seu oponente, em jogos duríssimos era o Demolidor Esporte Clube,
originário do Prado, Ouricuri e Trapiche da Barra, bairros considerados de
pobres e de classe média. As partidas de futebol eram consideradas touradas,
literalmente.
E
ali estava o mar colonizado: dos Lusíadas, de Camões. O mar doloroso: dos escravos,
dos navios negreiros, o mar cantado em versos por Castro Alves. E sobranceiro,
altivo, o Solar do Barão de Penedo, com ares de Monarquia. Do outro lado a
Sociedade Fênix Alagoana, de boa parte das elites alagoanas. Saliente-se, de
grande importância sobre os destinos de Maceió.
Jaraguá
Do cheiro de mel
que os caminhões tanques derramavam sobre ao paralelepipedos antigos, em
direção do velho Caís do porto construído por contingências da Segunda Grande
Guerra Mundial. Dali o mel seguia para portos distantes de Maceió, impregnando
todo o bairro com seu cheiro delicioso. O edifício da Associação Comercial,
lembrando os palácios de Versalhes.
E
as “zonas”, o dito “baixo-meretrício”, o que sempre me fez imaginar existir,
também, um “alto-meretrício”, mas onde, sempre me indagava. O nome Alhambra,
bonito e aconchegante, num sobrado, reunia as prostitutas mais caras e mais bem
desembaraçadas, bem perfumadas e vestidas com certo apuro. Tomava-se Wisky. O
salão de dança era um tanto respeitoso. Outros sobradões tinham o mesmo
expediente da Alhambra.
Histórias
de moças lindas, enganadas, traídas, mais das vezes forçadas a fugirem de casa
por conta de uma moral antiga que apenas reservava as virgens para o casamento
na Igreja Católica, povoavam as mentes dos sedutores que adoravam os mistérios
que cercavam muitas daquelas jovens e muitas vezes belas prostitutas, bastava
lhe conhecêssemos um pouquinho, nas horas de recordações e tristezas. Lá na frente, o Duque de Caxias, com
ruelas, becos, favelado, bares abertos e cadeiras expostas, com prostitutas
menos requintadas, freqüentadores brigões e que mais facilmente se embriagavam,
vez que o custo da cachaça era bem menor
Meu
próximo destino foi a mudança para o Prado, Rua Siqueira Campos, um tenente
revolucionário de 1922, cuja vida terminaria de modo trágico, num acidente
aéreo.
O
olhar de hoje
Ultrapassados
os setenta e cinco anos, as cigarras ainda povoam minhas manhãs e minhas
tardes, aqui no tabuleiro. São as mesmas da infância: o mesmo canto triste, uma
seta contra o infinito, numa viagem que jamais terminará.
Quantas
vezes, terminado o curso de Medicina, acordei aflito pensando haver perdido
alguma aula. E corria para a velha sede do antigo Exército, aquele mesmo que
havia participado da Segunda Grande Guerra Mundial, cedendo efetivos que
voltaram contando histórias fantásticas dos seus feitos. E sempre me lembra de
Zé filho, expedicionário que andou pela Itália e, que, ao voltar a Santana do
Ipanema fundou um cinema. E quantos filmes americanos, nos trouxeram, com seu
heróis longínquos, mas nem tanto para que não criassem uma onda de meninos que
terminavam por imitar, nas suas brincadeiras, aqueles heróis, bem diferentes
das nossas intimidades, fosse o policial, o delegado, o juiz, o jogador de
futebol, uma prostituta que se tornasse referência para o nosso desabrochar
sexual, fosse o carreiro, aquele homem que passava, num carro-de-boi gritando
pelo nomes deles, sempre bonitos. Agora, os cinemas eram muitos, Cinearte,
Plaza, Ideal, Royal, Lux e, provavelmente, mais alguns cujos nomes já me fogem
da lembrança.
Mas
as cigarras são as mesmas da infância e juventude. E até me induzem ao sono,
fazendo que eu não sinta diferença entre o por e o nascer do sol, tendo a noite
apenas como um intervalo, no qual a mansidão das brisas e da lua apascentam uma
velhice que parece uma surpresa não sonhada. E uma velha frase me desfaz em
devaneios, pronunciada silenciosamente, um dia, na juventude: prazer em
conhecê-la, Maceió! E tantos anos de felicidade...
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