quinta-feira, 8 de março de 2012

[Clliping: Sem Terra] Material publicado na imprensa alagoana sobre sem terra, outrubro de 2011.

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O JORNAL. Reforma Agrária. Comité de Mediação de Conflitos avalia ações. O JORNAL. Maceió, 01 out. 2011, p. 3.

O Comité de Mediação de Conflitos Agrários do Estado de Alagoas, cujo  presidente é o secreário-chefe do Gabinete Civil, Álvaro Machado, reuniu-se ontem para discutir a tramitação de processos de reintegração de posse no Palácio Floriano Peixoto com a presença de representantes da Secretaria de Estado da Articulação Social, da superintendente do Incra, Lcnilda Luna, da Defensoria Pública, da Polícia  Militar, do Juiz da Vara Agrária, Airton Tenório e dos movimentos sociais  (MSTe CPT).
Uma grande notícia compartilhada durante o encontro foi a bem sucedida reunião entre o governador do Estado Teotônio Vilela Filho (PSDB), com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e a superintendene do Incra, Lenilda Lima, realizada na última quinta-feira, em Brasília.  Durante a reunião, Vilela expôs, a situação da reforma agrária em Alagoas e cobrou mais agilidade na resolução dos  pontos de conflito tanto pelo Ministério como pelo Incra.
"Esta reunião prova que a criação do Comitê [...]  foi uma acertada decisão  do governador do Estado. O Comitê é  um espaço legítimo para a discussão e a busca de soluções para a reforma agrária em Alagoas",  firma Álvaro Machado, secretário-chefe do  Gabinete Civil.
Já para a superintendente do Incra, Lenilda Lima, o encontro em Brasília foi histórico. "A reunião entre o MDA, o Incra e o governador do Estado foi histórica. Um momento em que todos os pontos importantes para a solução dos conflitos agrários em Alagoas foram expostos e as devidas soluções pensadas e cobradas", disse.

REORDENAMENTO – A reunião também serviu para avaliar o Seminário sobre Reordenamento Fundiário, ocorrido no dia 13 de setembro, e realizado pelo Comitêde Mediação de Conflitos  com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o tema através do debate e do intercâmbio de experiências.
O Comitê  de Mediação de Conflitos Agrários do  Estado de Alagoas foi criado no dia 4 de abril dc 2011,  e tem por objetivo dialogar com os movimentos sociais para viabilizar e agilizar questões relacionadas ao Campo. As reuniões acontecem mensalmente.


ROSA, Láyra Santa.  Distrito Industrial está abandonado. O terreno está tomado pela mata, lixo e por barracos de trabalhadores rurais da Liga dos Camponeses Pobres. O JORNAL, 04 out. 2011, p. 9.

O Distrito Industrial da cidade de Messias está abandonado. Há quatro anos, a área que fica localizada às margens BR-104 era a garantia de desenvolvimento do município e o sonho do emprego fixo para a população. O tempo passou e  os 14 hectares de terra estão tomados pelo lixo, mato alto e por barracos de integrantes da Liga dos Camponeses Pobres, que sem ter onde morar, espera conseguir a casa própria.

A área não lembra de longe um pólo industrial. Não existem placas ou sinalizações que apontem o projeto. No local deveria existir uma fábrica de pre-moldados, uma distribuidora de papel, uma avícola, além de uma distribuidora de combustivel, que já tinham demonstrado interesse  em construir suas sedes na região. Sem o avanço das negociações com a prefeitura da cidade, algumas empresas ainda se arriscaram e resolveram murar os terrenos, porém o projeto não passou disso.
Sem a instalação das fábricas e empresas, os integrantes da Liga dos Camponeses Pobres resolveram ocupar a área. "Somos cem famílias,  que não temos casa e nos sentimos no direito de ocupar essa área. Estávamos  vivendo sem nenhuma estrutura e como esses terrenos foram abandonados, resolvemos trazer nossas famílias e vir morar aqui", contou Renato da Silva, uma das lideranças do acampamento. "Há alguns anos diziam  que iam ser construidas fábricas nessa área, mas o tempo fui passando e nada foi feito. Para  gente é bom que continue assim,  pois queremos nossas casas" disse um integrante do movimento.
Ele contou ainda que está entrando na justiça para pedir a desapropriação do terreno, para que seja loteado e entregue as familias. "Se eles não querem construir nada aqui, a gente quer. É a nossa esperança de ter uma casa. Somos sem teto e lutamos há muitos anos por esse espaço",  afirmou.
A reportagem de O JORNAL tentou entrar em contato com a prefeita Vânia Brandão, mas ela não estava na prefeitura da cidade. Quem explicou  a situação do distrito industrial foi o chefe de gabinete, Ismar Vieira De acordo com ele, as instalações das fábricas não foram adiante, devido ao impasse que ocorre com a duplicação da BR-104, que deve cortar exatamente  o terreno onde seria instalado o distrito.
"A Prefeitura de Messias está na justiça para tentar rever o projeto da duplicação da rodovia. Pelo que sabemos, a obra deve desapropriar uma parte do distrito industrial e dessa forma acaba atrapalhando o protcto inicial “, falou Ismar Vieira.  "Temos todo interesse que esse distrito industrial seja instalado, mas por causa desse impasse não é  vantagem para as empresas. Há quatro anos estamos nessa espera, tentando resolver essa situação".
O chefe de gabinete disse ainda, que com essa demora na implantação do distrito industrial várias empresas já desistiram de se instalar em Messias. "Tínhamos várias propostas que representavam mais empregos e mais impostos para a cidade, mas com essa pendência, muitas já desistiram Tinha uma distribuidora de papel que já foi para Marechal Deodoro, o restante está tudo parado", colocou. "Em relação ao pessoal que invadiu o  terreno, eles estão justamente onde irá passar a rodovia. Sabemos que eles estão naquela área provisoriamente, então não termos problema. O que esperamos é que o projeto de duplicação mude e não nos afete ainda mais".


FATOS E NOTÍCIAS. FOICE & ENXADA. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 11 out. 2011, p 13
O MST em Alagoas esta em pé de guerra com о promotor de Atalaia, Sóstenes de Araújo Gaia. Segundo as lideranças do movimento, numa audiência, ele teria dito que, dos sem-terra "parte toda a bandidagem do município". Será?!

TRIBUNA INDEPENDENTE. ATALAIA. MST repudia declaração de promotor Sóstenes de Araújo. Tribuna Independente. Maceió, 11 out. 2011, p. 4.

A direção estadual do Movimento dos Sem Terra (MST), por meio de sua assessoria de imprensa, emitiu uma nota de repúdio em contraponto à declaração do promotor de Justiça, Sóstenes de Araújo Gaia, atual responsável pela Comarca de Atalaia.
O promotor, em audiência pública promovida na Câmara Municipal de Atalaia, atribuiu aos membros do MST os índices de criminalidade no município: "o problema dos sem-terra, que é de onde parte toda bandidagem do município". Sobre o acontecimento, o movimento enviou uma nota onde externa sua posição contra as declarações do promotor. "Sentimos na carne as questões da violência em nossa sociedade. A violência social e a violência do Estado quando não garante direitos constitucionais aos cidadãos. E temos feito nossa parte para minimizar estas violências. Imaginem o que seria dos milhares de trabalhadores que foram descartados das
terras das Usinas Brasileira e Ouncurí em Atalaia após falência, e com a apropriação indevida daquela terras por fazendeiros e autoridades; se não tivessem encontrado no MST a possibilidade de ter terra, trabalho e moradia
digna", diz a nota.
Em outro trecho, o movimento reafirma e garante continuar com a luta: "O MST em Atalaia é alvo de inúmeras tentativas de barrar a luta pela terra, prova disto é o histórico de violência contra a luta e os trabalhadores, tendo três mortes só neste município, através de consórcios de fazendeiros e grileiros de terra com
a conivência de autoridades (Chico do Sindicato, José Elenilson e  Jaelson Melquía, todos assassinados, impunes até hoje). Buscando criminalizar o Movimento e construir uma imagem negativa".


GONÇALVES, Maurício. REVOLTA. Famílias são retiradas de área rural. CLIMA DE TENSÃO MARCOU A REINTEGRAÇÃO DE POSSE DA FAZENDA SANTA AMÉLIA E PM ESTEVE A POSTOS PARA CONTER OCUPANTES. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 12 out. 2011, p. 13.



Marechal Deodoro - O juiz mandou, a polícia cumpriu e о des­pejo aconteceu. Dona Maria chorou: "Só tenho Deus роr mim e a coragem para trabalhar na roça. Mas depois de tudo plantado, vieram tirar a terra da gente, vieram tirar a gente da terra". Ma­ria Verônica do Nascimento está entre as cerca de cem famílias de trabalhadores sem-terra que encararam a Polícia Militar (PM), ontem pela manhã, na Fazenda Santa Amélia, em Marechal Deo­doro.
O choro dela não foi nem notado pelos 60 homens da 5ª Companhia Independente da PM, que mantinham a formação de combate, próximo aos barracos de taipa e de lona. Eles tinham de cumprir a determinação do juiz da 2 Vara Cível, Ayrton de Lu­na Tenório, para reintegração de posse da área ocupada há quatro meses, próximo a margem da rodovia AL-215. Se houvesse resistência, a ordem seria imposta a força.
O Batalhão de Operações Especiais (Воре) e outras unidades da PM estavam de sobreaviso pa­ra reforçar a operação de despe­jo. Para evitar о pior, os negociadores do Centro de Gerenciamento de Crises entraram em ação. "Não dá para a gente tirar tudo daqui em um dia só", gritava um dos líderes do acampamento, que não quis revelar о nome. "Nós viemos aqui no dia 15 de setembro, era para vocês terem saído no dia 26, então já se passaram 25 dias, não e um dia só", rebatia о major PM Alessandro Paranhos.
Os sem-terra ligados a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) esperavam pelos coordenadores da entidade para negociar e dar entrevistas, mas curiosamente ninguém da LCP se fez presente para ajudá-los. O clima ficou tenso com a chegada da imprensa. No começo, um dos agricultores tentou impor a ordem de que era proibido fazer fotografias e que ninguém deveria dar entre­vistas.
Os repórteres fotográficos Pablo de Luca e Marcelo Albuquer­que começaram a registrar as imagens da negociação com a PM e foram intimidados por este mesmo líder, que não queria revelar о próprio nome, nem о de ninguém do acampamento. Mas, aos poucos, outros sem-ter­ra deixaram claro a equipe da Gazeta que queriam dar entrevis­tas, sendo identificados e fotografados.
Entre eles, a agricultora Cícera Paula dos Santos explica que о problema dessa terra está em uma negociação muito mal-explicada envolvendo a prefeitura do município. De posse da escritura da área de 68 hectares, os sem-terra afirmam que о antigo proprietário, Francisco Carlos da Rocha Melo, vendeu a terra para a Prefeitura de Marechal Deodoro por R$ 50 mil, no ano 2000.
"Tem alguma coisa errada, isso aqui era mato que não tinha dono, depois que a gente fez a bondade nas terras, plantou milho, mandioca, feijão, abobora e tudo mais, vem о antigo dono que vendeu a prefeitura dizer que não recebeu о dinheiro. Você acredita nisso?", pergunta Cícera, que acampa com cinco filhos e seis netos, na espera de melhorаr о sustento da família com a colheita da roca.
No debate com os PMs, os sem-terra deixaram claro que não abririam mão da roca plantada, segundo eles, cerca de dez hectares. "Ou pagam indenização ou deixam a roca com a gen­te", disse logo a agricultora Ma­ria Elizabete da Silva. "Não adianta alguém querer destruir a nossa plantação, se chegar algum trator aqui a gente queima", ameaçou о homem, que não queria se identificar e nem permitir о trabalho de reportagem.



Terra teria sido vendida a município

Sem ter nada para esconder nem medo de se identificar, о artesão e agricultor Cícero Aristides dos Santos mostra os calos das mãos e diz о que pensa, sem rodeios. "Essa ter­ra aqui foi vendida para a prefeitura e agora о antigo dono quer dar о golpe do baú para arrendar à Usina Sumauma. Estava tudo improdutivo", afirma Aristides, enquanto já retirava as telhas de um barraco, para evitar que о ma­terial fosse destruído com о despejo.
As negociações avançaram e os sem-terra decidiram levar os barracos que estavam mais longe da pista para a faixa de domínio, que fica numa distância de vinte metros do centro da rodovia AL-215. Dessa forma, a ordem de reintegração de posse estaria cumprida, sem mais mazelas. Quanto à roca, não seria papel da polícia destruí-la. A missão era apenas retirar as famílias da área em questão. A faixa de domínio não pertence a fazenda, é área do Estado.
Segundo о major Paranhos, os trabalhadores rurais mostraram a escritura informando sobre о pagamento de RS 50 mil de indenização pela prefeitura, mas este documento não estaria registrado em cartório. Como о antigo proprietário alega que não te­ria recebido о pagamento, entrou com a ação para reaver a área e ganhou a causa na Vara Agrária.
A Liga dos Camponeses pode recorrer dessa decisão de primeira instancia.    


Após ação, sem-terra se mudaram para faixa de domínio


SOUZA, Natália. AO AR LIVRE. Feira leva consumidores à praça. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 20 out. 2011, p. 16.
Teve início ontem, na antiga Praça da Faculdade, em Ma­ceió, a 15a edição da Feira Camponesa, tradicionalmen­te realizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). A fei­ra, que fica montada até sá­bado (22), conta com mais de 100 barracas de produtos eco-agronômicos e com programação cultural.
Assentados e acampados de municípios de Água Bran­ca, Major Izidoro, Olho d'Água das Flores, Murici, Maragogi. Branquinha, entre outros, estão espalhados nas barraquinhas erguidas com lona e madeira, onde expõem mais de 100 variedades de frutas, verduras, sementes, especi­arias e produtos manufaturados como cocada, tapioca e beiju.
A freguesa Nilma Ferreira aprovou a feira. "Estou gos­tando, está melhor que a ou­tra, mais organizado e limpo, inclusive", comentou Nilma, que comprou laranja, limão e inhame.
Vantagem para o consumi­dor, retorno para os comer­ciantes. Assentada de Maragogi, Maria Eunice montou uma barraca de bananas, ca­na, água de coco e outras fru­tas. "A feira é a felicidade da gente. Ajuda a complementar a renda", afirmou.
"Plantar, Colher e Repar­tir". Reforçando o tema da Feira Camponesa a agrôno­ma e coordenadora da equipe técnica da CPT, Heloísa Ama­ral afirmou que são muitos os atrativos. "As pessoas têm a oportunidade de negociar as compras diretamente com o produtor, sem o intermé­dio do atravessador, e além da qualidade do produto, que não possui agrotóxicos, o cus­to é bem em conta", disse.
Ontem a exibição do docu­mentário O veneno está na me­sa e a edição do Papel no Varal abriram a programação cul­tural, que ainda contará com forró pé-de-serra e o tradici­onal bingo do carneiro, que acomece hoje.

Frutas, verduras, entre outros produtos podem ser adquiridos a preços em conta


CARVALHO, Severino. ASSENTAMENTOS. Incra anuncia retomada de obras. SUPERINTENDENTE DE ÓRGÃO DIZ QUE REGIÃO EM MARAGOGI TERÁ PRIORIDADE EM 2012. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 20 out. 2011, p. 16.
Maragogi - A superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Lenilda Lima, anunciou que os 21 assentamentos insta­lados em Maragogi terão prio­ridade no orçamento do órgão federal para o próximo ano. As ações serão focadas, sobretudo, nas obras de infraestrutura pa­ra garantir o escoamento da produção agrícola e o acesso das co­munidades às políticas públicas, principalmente de saúde e edu­cação. Foi a segunda vez que a su­perintendente esteve em Mara­gogi desde que assumiu o órgão federal em junho.
"Nós temos de ter um olhar di­ferenciado para essa região que forma um grande complexo da reforma agrária no Estado", des­tacou Lenilda, em reunião com representantes dos assentamen­tos do Incra instalados em Mara­gogi. A última vez que as estra­das vicinais receberam obras e melhoramentos por parte do In­cra foi em 2005. No inverno deste ano, diversos núcleos rurais da reforma agrária ficaram ilhados por causa das chuvas que deixaram as estradas intransitáveis.
O encontro entre a superin­tendente do Incra e os presiden­tes de assentamentos aconteceu na tarde da última terça-feira no auditório do 6° Batalhão de Po­licia Militar, em Maragogi, e foi pleiteado pelas associações ru­rais e movimentos sociais. O che­fe do setor de Infraestrutura do Incra, Marcos Bezerra, recordou que o orçamento deste ano foi apertado, cerca de RS 3,5 mi­lhões, e que por isso o Incra con­templou apenas as cidades de Matriz do Camaragibe, São Luís do Quitunde e Jacuípe, atingidas pelas chuvas de inverno.
De acordo com ele, obras inici­adas em 2010 e que foram parali­sadas serão retomadas e concluídas ainda esta ano, a exemplo do abastecimento de água e refor­ma de casas. "Tivemos uma dificuldadezinha com relação ao pa­gamento das empresas e elas es­tão recomeçando para que pos­sam finalizar obras em Buenos Aires, Javari, Samba, Mangebura, Itabaiana e Espírito Santo que são assentamentos contem­plados com obras de abastecimento de água”.




[Clliping: Bullying] Material publicado pela imprensa de Maceió, outubro 2011, sobre Bullying



AMARAL, Flávia. Menina deixou escola após ‘pressão’. Diretora da Theonilo Gama admite que não havia controle sobre tratamento que a aluna recebia por ter cabelo crespo. Tribuna Independente. Maceió, 16 out. 2011, p. 13.

Basta visitar uma escola para que numa conversa rápida com alunos fique evidente a importância de a temática do racismo ser encarada como prioridade e entrar na pauta de discussão de gestores da Educação.
A sala do oitavo ano da Escola Theonilo Gama, no Jacintinho, não difere das demais, como afirmou Valéria Silva, que acompanhou o drama de uma colega negra e de cabelo crespo, que deixou a escola. "O cabelo dela é bem ruim, por isso ela sempre tem que ouvir o pessoal chamar de Foguinho. Todos da sala mexem com ela e ela já chegou a chorar muitas vezes", lamentou a estudante.
Fomos até a escola para conversarmos com a vítima, mas era tarde. Segundo a diretora Gilvanete Matias da Silva, a jovem saiu do colégio por não suportar a pressão dos colegas pelo fato de ela ter o cabelo crespo. "Ela vinha à direção, a gente conversava com os colegas, mas depois acontecia de novo. Ela chegou até a colocar um aplique no cabelo, mas em vào", contou.
O drama foi acompanhado por diversos alunos. João Cavalcante, 13, lembra o quanto era difícil para a estudante se manter em sala de aula. "Vi várias vezes a bichinha chorar. Ela brigava às vezes e ia na diretoria, mas paravam de mexer com ela naquele dia. Depois voltava tudo de novo".

Desconhecimento

            A Lei do Racismo nas escolas ainda é ilustre desconhecida de boa parte dos estudantes de escolas públicas ou particulares.  Mas quando colocados em contato com a essência da lei, a  matéria divide opiniões. Em uma conversa com quatro estudantes  negros, permearam visões bem diferenciadas, mas entre elas um consenso: o racismo precisa ser combatido.
Para Luigi Nelson de Oliveira, 15, uma disciplina não resolveria um problema tão sério. "Somos todos iguais e não deveria ter matéria pra gente saber disso e respeitar o outro. Se não acontece isso hoje, não vai ser uma  matéria que vai mudar", analisou.  Aílton José, também com 15 anos, é mais otimista. "Resolve, sim, estudar, estudar, até aprender o que é certo e o que é errado". Mais ponderado. João Cavalcante - que assistiu ás humilhações contra a colega de turma que acabou indo embora da escola  -  admite que a matéria pode não resolver, mas ajuda a melhorar.

AMARAL, Flávia. Racismo agrava evasão nas esolas. Alunos faltam às aulas ou até deixam a escola após sequência de humihações cometidas pelos colegas de sala. Tribuna Independente. Maceió, 16 out. 2011, p. 11.

Foguinho, Carvão, Chocolate. Negueba. Esses apelidos são rotina na vida escolar de muitos alunos que pagam caro por  terem a pele de cor negra. E é para erradicar das salas de aula esse tipo de preconceito que foi sancionada a Lei Federal 10.639 de 2003 que entre outras determinações obriga as unidades de ensino a inserirem na  grade curricular uma disciplina especifica sobre as  relações  étnico-raciais.

            Mas, em termos de adesão, o  país   ainda engatinha: a lei está em apenas 20% da rede de ensino. E em   Alagoas   apenas uma faculdade particular, a Faculdade Integrada Tiradentos (FITs). adutou a lei em suas práticas pedagógicas.
E enquanto essas e outras medidas não se tornam realidade, o preconceito racial segue fazendo cada vez mais vítima e acirrando a problemática da já preocupante evasão escolar. Num efeito dominó, até mesmo recursos do Bolsa Família estão sendo comprometidos.
Acuados pelo preconceito, alunos como Jorge (nome fictício), da Escola Rosalvo Lôbo, na Jatiúca, sequer têm postura altiva em sala de aula. Sentado logo à frente da professora, em uma das primeiras carteiras, ele pouco fala e de cabeça baixa diz não se importar com as frequentes humilhações a que é submetido por colegas de turma, num exercício quase  que rotineiro.
            Foi a colega de turma quem detalhou o contexto de agressão vivenciado pelo estudante. Muitas vezes, ela mesma tem quo intervir, já que ele não  costuma esboçar qualquer reação. "Ficam chamando ele de Chocolate, Negueba. Eu não gosto disso e mando parar porque ele fica quieto, aguenta calado. Um absurdo!", diz  a colega com ar de revolta.
Ela conta que as agressões não são apenas verbais. Há quem chegue na sala de aula e mande Jorge desocupar a cadeira para que um outro aluno sente "Ele dizem: sai Negueba, sai. E ele sai", lembra. Cabisbaixo, Jorge  ouve todoo desabafo da amiga e se restringe a dizer que simplesmente não liga.

ORÇAMENTO MENOR

Mãe perdeu Bolsa Família após 37 faltas do filho.

Foi fora da sala de aula, na casa de Jorge (nome fictício), que a reportagem constatou que ele não só  se abala com a atitude dos colegas, como estáse afastando da escola. Aluno média 8,  há algum tempo ele vem faltando  às aulas, e as ausências — até então injustificadas para a família - impactaram também no estreito orçamento doméstico.
O estudante vive em uma pequeníssima casa de dois cômodos,  na Grota do Cigano, no Jacintinho, com  a mãe – a  diarista Liliane Cardoso dos Santos, a avó - de mesma profissão,  Maria de Fátima Cardoso, e ainda o irmão Antônio. Sem um pai presente, os custos da casa são bancados por faxinas esporádicas e com o recurso do Bolsa Família, no valor de R$ 134.
Não bastasse o dinheiro contado, a família agora está com o benefício suspenso devido às 37 faltas acumuladas por Jorge nos últimos meses. "É quando eu não estou mais aguentando tanto xingamento, apelido, que prefiro não ir para a escola. Aí não vou. Eu não pedi  para ser assim...  Preto", lamentou Jorge, que diz ver cada dia mais distante o sonho de ser advogado. Para ele, em todas as escolas, os colegas dispensarão a ele o mesmo tipo do tratamento que ele tem hoje. "Já ouvi de outros amigos que são pretos que é do mesmo jeito. Então nem adianta mudar de escola", conclui.
A apatia aparente quanto às humilhações que o estudante sofre é explicada pelos conselhos recebidos pela mãe. "Ele chega em casa reclamando que ficam colocando esses apelidos nele  e eu digo sempre que ele entregue a Deus e não brigue com ninguém. Entre na escola, estude e venha embora. Além de pretos, minha filha, somos pobres", resumiu  Liliane enquanto o filho ouvia a tudo atento, mas ainda de cabeça baixa.


Diferenças

Albinos também são alvo de discriminação

O racismo não se restringe àqueles de cor negra. No outro extremo, ele também se faz presente. Jovens com albinismo  — pele extremamente branca pela ausência de melanina  - também são alvos de chacotas e discriminação. O professor de jiu-jit-su, Tales Rocha, vivenciou isso na prática.
Ele é negro e embora nunca tenha vivenciado situações de racismo direcionadas a ele, já assistiu a inúmeros casos e em alguns deles partiu em defesa da vítima. Um rapaz albino teria sido covardemente humilhado por dois colegas, na quadra de esportes da Escola Rosalvo Lôbo. "Ele foi xingado várias vezes e eu tomei as dores dele. Fomos parar na direção e acabamos suspensos, os quatro", contou o professor, que diz acreditar que uma vez adotada a Lei do Racismo, nas escolas, situações como essas tendam a se tornar menos frequentes.

TRIBUNA INDEPENDENTE.  CONTRA MILITAR. Líder comunitário é preso por racismo. Tribuna Independente. Maceió, 20 out. 2011,  p. 12.

O soldado da Polícia Militar (PM), Anderson Gazias Abreu, acusou o líder comunitário Gilmar Genival Mendonça de racismo. Ele teria desacatado o militar e o chamou de "negro safado", durante uma discussão ocorrida na Rua do Encanto, no Clima Bom. O crime ocorreu na noite de terça-feira, logo depois que um sobrinho do acusado, menor de idade, foi detido por policiais, acusado de integrar um grupo que tinha acabado de trocar tiros com a guarnição da PM. Segundo a Polícia, Gilmar tentava impedir a prisão do sobrinho.


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BULLYING

AIRAN, Breno. Estudante vítima de bullying leva a revolta para casa. Diretor diz que colegas “mexem” com adolescente por ele usar brincos. Tribuna Independente, Maceió, 25 out. 2011, p. 12.
Mais uma vez a Escola Estadual Professor Eduardo da Mota Trigueiros, no bairro da Jatiúca, em Maceió, foi palco de uma polêmica, ontem. Só este ano, segundo a direção, a instituição foi roubada dez vezes. Desta vez, o prejuízo foi outro.  Após   denúncia feita pelos próprios estudantes do colégio, oficiais do Batalhão de Polícia Escolar (BPEsc) checaram nas salas se havia uma arma de fogo no local.
O revólver Taurus calibre 38 com seis balas roller points (que se espalha quando atinge o alvo) foi encontrado na bolsa de um aluno. Uma aluna, de 15 anos de idade, irmã do proprietário da arma, escondeu o objeto na bolsa do estudante, de 14 anos de idade.
Segundo o acusado de levar o artefato para a escola, um menino de 14 anos, ele pôs a arma em sua bolsa para “se defender”, afinal, onde mora, próximo à escola, a criminalidade é grande.
O diretor, o professor de Informática Jeferson Levino da Silva, deu dois possíveis motivos para o estudante ter leva do a arma. O primeiro é que o aluno teria o ameaçado quando foi suspenso da escola por ter ido com uma calça que não fazia parte do uniforme. O segundo é que o garoto, segundo o diretor, vem sendo vítima de bullying por colegas de sala, por usar brincos. "Chamaram-no de 'viado' e ele falou que ia matar quem tinha dito isso. Bem, eu não aguento mais ficar nessa escola, diante de tanta confusão", desabafa.
A mãe do garoto apreendido, no entanto, afirmou à reportagem da Tribuna Independente que o filho de apenas 14 anos não tem ligação com o mundo das drogas - pelo menos que ela saiba. "Ele é esforçado. Sabe o duro que eu dou. Só que no momento estou desempregada. Esses dois não têm pai, um pai presente", diz.
E completa: "Ele realmente me falou que um amigo estava “arengando”  com ele. Mas ainda não sei como ele arrumou essa arma". Todos foram ouvidos pela delegada de Menores Infratores, no bairro do Jacintinho, e liberados, por ser menores.


[Clliping: Mulherr e Violência]Material divulgado na imprensa de Maceió, outibrode 2011, sobre mulher e violência

Material divulgado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Direito, Sociedade e Violência do CESMAC - Centro Universitário.

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CAVALCANTE, Anyelle. CRIME PASSIONAL. Mulher é suspeita de matar ex-monitor da UIM por ciúmes. CRIME TERIA OCORRIDO NA ÚLTIMA TERÇA-FEIRA; ACUSADA ESTÁ FORAGIDA. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 01 out. 2011, p. 12.

O ciúme teria motivado um cri­me que chocou os moradores do Condomínio Teobaldo Barbosa, no bairro do tabuleiro. Na noite de quinta-feira, por volta das 22h, a polícia chegou ao condomínio depois que a Delegacia de Homicídios recebeu um suposto telefonema de Márcia Ma­ria de Oliveira Castro, confessando a autoria do assassinato de seu próprio marido, о vigilante e ex-monitor da Unidade de Internação Masculina (UIM), Sérgio Amaro da Silva. 34 anos.
De acordo com о delegado Dalmo Lima Lopes, que estava de plantão na Central de Polícia, um policial teria recebido о chamado e avisado à Central. "O Copom havia recebido uma ligação da mulher (Márcia) na terça-feira, 20, mas não checou a informação. Quando achamos о cadáver, vimos que о согро já estava em decomposição", informou.
O irmão da vítima, Gerônimo Gomes, revelou que о vigilante não mantinha contato com a família desde a última terça-feira. "Estranhamos a ausência dele, assim como as pessoas que trabalhavam com ele. Meu irmão sempre foi presente na família. Por isso, acreditamos que о cri­me aconteceu na terça-feira mesmo", explicou.
Sobre о relacionamento de Sérgio e Márcia, Gerônimo esclareceu que os dois conviviam ha 12 anos e tinham uma relação tumultuada. "Ela era bastante violenta e possessiva; já ameaçou ele de morte muitas vezes. Nós dizíamos para ele acabar com a relação", reforçou о irmão da vítima, afirmando que Sérgio tinha uma filha de um casamento anterior.
Apesar de ter confessado о as­sassinato do marido, Márcia te­ria desaparecido depois de deixar a chave do apartamento na portaria do prédio. О согро de Sérgio foi enterrado ontem à tarde no cemitério São José.
JÚNIOR, Carlos Alberto. Aposentada é  encontrada morta e com marcas de violência sexual. Maria Gomes, de 76 anos, morava sozinha em Palmeira dos Índios. O JORNAL. Maceió, o4 out. 2011, p. 10.


SUCURSAL – Até  o final da tarde de ontem, a Polícia Civil em Palmeira dos Índios, continuava sem informações sobre quem invadiu, na madrugada de domingo, a casa da aposentada Maria Gomes da Silva, de 76 anos, no sítio Gavião de Baixa zona rural da cidade. A idosa foi encontrada morta, em seu quarto, na manhã do mesmo dia, com sinais de violência sexual.
O corpo da vítima, que morava sozinha, foi descoberto por uma irmã que tinha uma cópia da chave da residência. A aposentada teria  sido encontrada com sangramento  na boca e nas partes íntimas.  A polícia suspeita que, antes de ser morta, ela tenha sido agredida sexualmente .  O invasor teria entrado na casa pelo telhado, pois uma abertura foi vista entre as telha do cômodo.
Agentes da Polícia Civil disseram que o corpo da idosa estava com vários hematomas em diversas partes, o que evidenciou a violência e o abuso sexual. "O pescoço dela estava com marcas de estrangulamento e muito roxo. Ela estava machucada e ainda sangrando na boca e entre as pernas", informou a agente Quitéria Wanderley.
O Centro de Operações Policiais Miltares do 10º Batalhão de Palmeira dos Índios informou que nada foi levado pelo desconhecido. O caso será investigado por agentes da 5º Delegacia Regional da cidade. Um dos questionamentos a ser desvendado pela equipo do delegado Silvio Costa de Lima é a real motivação do crime, já que não houve roubo. O corpo da idosa foi levado para o Instituto Médico Legal Doutor Edvaldo Castro Alves, em Arapiraca, onde foi feito um exame ainda na manhã de ontem.  "Somente após a liberação do laudo cadavérico é que poderemos provar que houve de fato. a violência sexual",  explicou um dos agentes plantonistas da Delegacia de Quebrangulo.
Na manhã de ontem, a equipe plantonista recebeu uma denúncia de moradores do bairro de que uma camisa com prováveis  manchas de sangue foi encontrada próximo ao local do crime. "Ainda não podemos confirmar se a camisa pertence ao assassino. Por isso encaminharemos para perícia técnica. Temos uma linha de investigação, mas ainda não podemos revelar muita coisa", disse um agente da Delegacia de Palmeira dos Índios.
OUTRA VÍTIMA - Também na manhã de domingo outra mulher foi assassinada com requintes de crueldade, no interior de Alagoas. O corpo da doméstica Maria Cícera da Silva, de idade não revelada, foi encontrado com marcas de estupro, com um dos braços e o pescoço retorcidos.
Informações do relatório do Grupamento de Polícia Militar (GPM), indicam que a barbárie ocorreu em uma fabrica de material de construção,  próximo à rua Nadja Silva Porto, e também da casada vítima. "A polícia foi acionada e lá se deparou com a mulher morta. Realmente no relatório afirma que ela  foi brutalmente assassinada  e tinha marcas de estupro", afirmou o cabo PM Vitorino.




BASTOS, Patrícia. VIOLÊNCIA. Jovem é morta a tiros em Girau do Ponciano. MÁRCIA MARTINS, 19, ESTAVA DESTALANDO FOLHAS DE FUMO QUANDO FOI SURPREENDIDA PELOS DISPAROS; POLÍCIA SUSPEITA DE CRIME PASSIONAL. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 07 out. 2011, p. 16

Arapiraca - A polícia de Girau do Ponciano suspeita que о assassinato da jovem Márcia Dantas Martins, 19, foi crime passio­nal. A vítima foi executada com vários tiros no final da tarde da última quarta-feira no sítio Serrinha 2, localizado na zona rural do município.
Conforme informações colhidas pela Polícia Militar, Márcia Dantas estava destalando fumo em um galpão ao lado da casa dos avós quando foi surpreendida por dois homens armados, que deflagraram vários tiros de revólver calibre 38, que atingiram principalmente a cabeça da jovem, que morreu antes de receber qualquer tipo de socorro.
Moradores da região chegaram a ver dois homens usando capacete, fugindo em uma motocicleta de cor escura, após os ti­ros serem ouvidos. Uma guarnição da PM fez rondas na região, na tentativa de identificar os assassinos a partir da descrição feita por populares, mas não obteve êxito. O corpo da vítima foi encaminhado para о Instituto Médico Legal de Arapiraca e liberado para sepultamento na manhã de ontem.
Segundo policiais civis de Gi­rau, os primeiros levantamentos sobre о caso apontam que a jo­vem foi vítima de crime passio­nal. Ela estava separada do companheiro recentemente e ele teria feito ameaças. "O ex-companheiro teria dito que se eles não voltassem, ela não viveria com mais ninguém", afirmou um policial civil.
A polícia esteve, na manhã de ontem, no endereço do suspeito - cujo nome não foi revelado para não prejudicar as investigações - mas ele não foi encontrado. Apenas a partir da próxima semana é que о depoimento de testemunhas e familiares deverá ser ouvido.

INHAPI
No município de Inhapi, outro crime com características passi­onais está sendo investigado pela polícia. Por volta das 19h de quarta, José do Carmo da Silva, 20, foi atingido рог três tiros. O jovem foi socorrido рог uma ambulância e recebeu os primeiros socorros na Unidade de Saúde de Mata Grande, antes de ser transferido para о Hospital Clodolfo Rodrigues, no município de Santana do Ipanema.
Segundo a PM de Inhapi, о sus­peito de atirar contra a vítima e identificado como Josivaldo Alves de Oliveira, morador do povoado Promissão, que teria sido motivado por ciúmes. O acusado viu a namorada conversando Jo­sé do Carmo e eles tiveram uma discussão, antes de Josivaldo sacar a arma e atirar na vítima. A polícia foi ao encalço do acusado, mas ele já havia fugido da cidade. O estado de saúde de José do Carmo era considerado grave.




AMARAl, Flávia. Mais de 16 mil mulheres foram violentadas em Alagoas. Saldo do período entre 2008 e 2010 foi apresentado ontem pelo governo. Tribuna Independente, Maceió, 07 out. 2011, p. 12.

Foram 16.321 registros de violência contra a mulher em Alagoas entre os anos de 2008 e 2010. O número pode parecer alto, mas quem lida diariamente com a temática afirma que o índice não reproduz nem de longe a realidade na Capital e no interior do Estado.
"Muitas mulheres ainda não sabem sequer onde podem denunciar agressões e isso no interior do Estado é ainda pior”, ressaltou a secretária da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Kátia Born, durante encontro, ontem, no Maceió Mar Hotel.
O evento reuniu um "pacote” de medidas que serão apresentadas na III Conferência Estadual de Politicas para as Mulheres, no próximo dia 10, no Centro de Cultura e de Exposições Ruth Cardoso.
No total,  75% dos municípios alagoanos foram visitados para que as mulheres apontassem suas  necessidades quanto à implementação de políticas públicas. Entre as propostas comuns às regiões estão: estruturação de delegacias regionais especializadas, creches e qualificação para as mulheres que trabalham na  zona rural.
Além dos pontos de discussão, a secretária destacou a ansiedade feminina durante os encontros. "Elas trabalham, cuidam dos filhos, da família e querem ser respeitadas. Esse é o objetivo de todo este debate", assegurou. Para a secretária, "a mulher não pode continuar apanhando" e toda essa mobilização será não só de propostas, mas de execução. "Daqui vão sair muitas ideias que chegarão às mãos da presidenta Dilma e medidas serão   adotadas", afirmou.
A defesa de um  Conselholho para tratar do tema em cada município também deve ter feita durante a conferência. Eles funcionariam como pontos de apoio e informação para as mulheres vitimas de violência.
            Ainda de acordo com dados divulgados no encontro, de 2008 a 2010 foram 322 ocorrências  envolvendo homicídios contra a mulher.

IMPRENSA

Durante o evento, Kátia Born ressaltou a importância de a imprensa ser um canal entre a mulher e a assistência especializada, principalmente no interior. "Muitas delas ainda nao sabem onde buscar apoio e as rádios, por exemplo, podem ser uma ponte para informar essas   mulheres", sugeriu.
O saldo das conferências municipais e estaduais serão subsídios para debate mais amplo, na  Conferência Nacional, de 12 a 14  de dezembro.




CARVALHO, Severino. ЕМ DELEGACIA. Mulher é presa ao esconder droga. TABLETES DE MACONHA ESTAVAM DENTRO DE TUBO DE COLA; ACUSADA FOI FLAGRADA NA REVISTA. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 07 out. 2011, p.17.


Maragogi - Simoneide de Barros Santos, 18 anos, e José Cícero Lo­pes da Silva, о "Zé do Lixão", foram presos e autuados роr tráfico de entorpecentes pelo delegado de Maragogi, José Carlos Sa­les. Segundo a Polícia Civil, ela tentou ingressar na carceragem da Delegacia Regional, em Matriz do Camaragibe, na região Norte do Estado, com cinco tabletes de maconha contidos dentro de um tubo de cola. A droga (94 gramas) seria entregue ao detento José Adriano da Silva, preso acusado de matar Ezequiel da Silva Gomes, crime ocorrido na Favela do Risca Faca, em Marago­gi, em julho passado.
"A cola seria para ser utilizada na confecção de origami, peças artesanais feitas de papel pelos presos da regional, mas os agentes de plantão detectaram a dro­ga e a prenderam", contou о escrivão de Polícia Civil da delegacia de Maragogi, José Enilson Júnior. Segundo ele, Simoneide ficou presa já na delegacia de Matriz, logo após os agentes detectarem a droga durante a revista.
Já Zé do Lixão foi detido em Maragogi, após Simoneide confessar que este lhe pagara R$ 40 para que levasse a droga até о amigo, José Adriano, preso na carceragem da Delegacia Regio­nal, e mais R$ 16 para a passagem do transporte alternativo de Maragogi a Matriz do Ca­maragibe. Zé do Lixão foi levado ontem ao Instituto Médico Le­gal (IML) Estácio de Lima, em Maceió, onde passou por exame de corpo de delito. Em seguida, о acusado foi levado a Delegacia Regional, onde ficou detido.
De acordo com Enilson Júni­or, tanto Zé do Lixão como José Adriano, que receberia a droga, seriam traficantes subordinados ao "chefe" José Maciel da Silva, conhecido como "Veio", também recolhido a carceragem da Dele­gacia Regional. "Os dois são distribuidores do Veio", afirmou о policial.




BATISTA, Flávia. VIOLÊNCIA. Mais de 100 mulheres assassinadas em 2010. O JORNAL. Maceió, 11 out. 2011, p. 10

A necessidade de planejar ações de combate à violência contra a  mulher alagoana foi um dos temas discutidos ontem, durante a terceira Conferência Estadual de Políticas para Mulheres, que reuniu centenas de represen­tantes dos 102 municípios do Estado para traçar metas e estratégias.
Alagoas ainda é um Es­tado onde a violência domés­tica é encarada como um forte traço cultural, segundo ava­liou Solango Viégas, superintendente de Políticas para Mulheres, da Secretaria da Mulher. "Durante as confe­rências regionais que aconte­ceram desde agosto, pudemos perceber que muitas mulheres são vítimas da violência e poucas assumem que ela é co­metida pelos maridos e com­panheiros. Estas mulheres se calam por muitos motivos e um deles é a vergonha", expli­cou a superintendente.
Segundo dados oficiais do estado de Alagoas, em 2010 quase 6 mil casos de violência contra a mulher foram regis­trados em Alagoas. Destes, 123 se transformaram em ho­micídios. O dado pode, ainda, ser maior, já que segundo Solange Viégas, em muitas lo­calidades do Estado, inclusi­ve na capital, o sub-registro é uma realidade que atrapalha as estatísticas. "Alagoas só tem três delegadas especializadas em crimes contra a mulher. Duas em Maceió e uma em Arapiraca. E isso pode inter­ferir nas queixas, nas denún­cias", afirmou.
Estatisticamente, as mulhe­res têm se tornado vítimas mais frequentes da violência em Alagoas. Em 2008, 86 homicí­dios foram registrados; em 2009 foram 113 e, no ano passado 123. Setenta por cento destes casos se referem a crimes co­metidos dentro de casa, pelos maridos. Os outros 30% estão relacionados ao tráfico de dro­gas e outras ações criminosas às quais elas estão ligadas.
A ideia de que a violência contra mulher é uma questão maior do que simplesmente combater às agressões sofri­das pelas mãos dos compa­nheiros está fortalecendo a ne­cessidade de capacitar 716 profissionais para formar a Rede de Atendimento da Mulher Vítima de Violência. A partir da formatação da equipe que inclui profissio­nais que atuam em delega­cias, hospitais, órgãos do Estado e dos municípios, novas estratégias serão pos­tas em prática. A partir desta rede, a mulher receberá orien­tação e, em casos de violência, receberá o atendimento correto e será encaminhada para o lugar que dará o tratamen­to correto".



SALSA, Davi. Laudo diz que sargento tem sanidade mental. Resultado fez juiz citar acusado de incendiar casa onde dormiam mulhe e enteada. Tribuna Independente. Maceió, 11 out. 2011, p. 11.

Acusado de ter planelado e provocado o incêndio que matou a esposa, a professora Claudenice Oliveira Pimentel, no dia três de agosto deste ano, o sargento da Polícia Militar, José Cabral do Nascimento, foi submetido, na manhã de ontem, a uma avaliação psicológica.
O exame foi determinado pelo juiz da 5ª Vara Criminal de Arapiraca, Anderson Santos. De acordo com o magistrado, o laudo aponta plena sanidade mental do acusado. O militar chegou a ir para audiência, onde seria ouvido, mas demonstrou estar com problemas de ordem psicológica.
Logo após o resultado do laudo, ontem, no final do dia, José Cabral foi citado pelo juiz e a defesa dele tem 10 dias para apresentar contra-argumentação.

EXAME
Ontem de manhã, o militar foi, sob escolta policial, e dentro de uma ambulância, até o Centro de Apoio Psicossocial de Arapiraca (Caps), localizado a poucos metros do Fórum de Arapiraca.
O sargento foi avaliado pela psiquiatra Neide Vital em exame que durou mais de uma hora. José Cabral do Nascimento estava acompanhado de dois irmãos e do advogado Raimundo Palmeira.
Depois de ser avaliado pela médica, Cabral foi recolocado na ambulância e retornou ao Fórum de Arapiraca.
O laudo médico foi aguardado com expectativa pela defesa e pela policia. Há cerca de duas semanas, o delegado Robério de Lima Ataíde decretou a prisão temporária do sargento, que na época em que ocorreu o incêndio ainda era cabo da Polícia Militar.
De acordo com as investigações do delegado, que chegou a ouvir o depoimento da jovem Keroly de Oliveira Pimentel, 15, filha da professora Claudenice Pimentel e enteada do acusado, existem fortes indícios da participação dele no incêndio que provocou a morte da professora e graves queimaduras na adolescente. José Cabral também sofreu queimaduras pelo corpo e passou vários dias internado em um hospital.
Após a alta médica, a Justiça acolheu o pedido do delegado e decretou a prisão temporária do sargento,  que encontra-se detido no Quartel Geral da Polícia Militar, em Maceió.
Por conta das queimaduras, que, segundo o advogado Raimundo Palmeira, ainda não cicatrizaram por completo, o estado de saúde do sargento é preocupante.
Palmeira afirma que as condições estruturais e de higiene do Quartel da PM não favorecem à recuperação de seu cliente e, por isso, ele vai pedir a transferência de Cabral para um hospital.


BLEINE, Oliveira. MARECHAL DEODORO. Manicure é morta a tiros na porta de casa. MARTA SEMEÃO FERREIRA, 44, PASSEAVA СОМ О CACHORRO QUANDO FOI BALEADA; EX-MARIDO TERIA FEITO AMEAÇAS À VÍTIMA E SERÁ INVESTIGADO. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 13 out. 2011, p. 16

Em estado de choque, os familiares da manicure Marta Semeão Ferreira, de 44 anos, não sabem a quem atribuir seu brutal assassinato. Ela foi morta a ti­ros, na noite de terça-feira (11), enquanto passeava com о cachorro de estimação na frente da casa onde morava, em um sítio no povoado Campo Grande, em Marechal Deodoro.
Os familiares estavam, ontem de manhã, no Instituto Médi­co Legal (IML) Estácio de Lima, em Maceió, e mostraram revolta com о crime. "Além da surpresa, estamos indignados com essa brutalidade. O que podemos fazer é pedir que a polícia descubra quem fez isso", declarou, chorando, Talita Ferreira, de 39 anos, irmã da vítima.
Ao lado de um dos filhos de Marta Semeão, de outros parentes e amigos, Talita destacou as qualidades da irmã, "uma pessoa tranquila, educada, de quem todos gostavam e admiravam a dedicação ao trabalho e a família". Em choque diante da tragédia, о filho evitou falar. Disse apenas que não tinha a quem apontar como responsável pelo assassinato da mãe.
Policiais da 5a Companhia Independente da Polícia Militar, em Marechal Deodoro, fizeram os primeiros levantamentos. Não há testemunhas, mas alguns vizinhos disseram à polícia terem visto um veículo modelo Celta, cor prata, saindo do sítio onde Marta Semeão morava.
Uma vizinha contou a família que, após ouvir os disparos, abriu a porta e viu a vítima no chão. "Me ajude!", teriam sido as últimas palavras de Marta, que morreu no local.
Nos primeiros levantamentos, agentes da 5я Cia. descobriram que о ex-marido de Marta, cujo nome não foi revelado mas seria um pedreiro de nome José, não aceitara a separação e fizera ameaças a ela. O casal estava separado há cerca de dois anos.
Também residindo em Marechal Deodoro, о ex-marido da ví­tima estaria desaparecido. Até ontem, familiares não haviam conseguido falar com ele para informar da morte da ex-mulher. O bar de sua propriedade e a casa onde mora estavam fechados, e о telefone celular desligado.
A investigação ainda não foi iniciada. O caso foi registrado na Central de Polícia, em Maceió, devendo ser encaminhado para a delegada de Marechal.
Naquele município, localizado a 30 quilômetros da capi­tal, a PM iniciou uma operação de combate a criminalidade on­tem. Segundo о tenente Wenderson da 5ª Cia., о policiamento foi reforçado em vários pontos da cidade e na região da Praia do Francês, um dos atrativos turísticos do Estado.
"Em função do feriado (on­tem), há um fluxo intenso de veículos e pessoas, рог isso temos mais viaturas nas ruas", disse о oficial.
As seis viaturas da Companhia Independente ganharam о reforço de mais duas unidades do Comando de Policiamento da Capital (CPC). Com isso, a PM inicia a Operação Verão.


ALVES, Thallysson. EM MACEIÓ Mulher é raptada no Centro e estuprada. O JORNAL. Maceio. 18 out 2011, p.12.
Uma mulher, que não quis revelar sua identidade, foi rap­tada, ontem, por dois homens nas proximidades da Igreja dos Martírios, no Centro, e le­vada até um terreno situado no Tabuleiro do Martins, onde foi estuprada dentro do pró­prio carro. Segundo a Polícia Civil, após o crime, os dois desconhecidos abandonaram a vítima e fugiram. Existem também relatos de roubo de objetos pertencentes à vítima; entretanto, a assessoria da mesma polícia não soube con­firmar.
De acordo com a polícia, a vítima tem idade superior a 30 anos e estava caminhando até seu carro, estacionado em uma das ruas próximo à igre­ja. No momento em que iria entrar no carro, os dois ho­mens, ainda não identificados, a bordaram e a obrigaram a entrar no carro.
No depoimento, a mulher descreveu o medo que sentiu quando desconhecia seu destino. De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, os criminosos a levou até um terreno após o Presídio Baldomero Cavalcanti, senti­do Aeroporto Zumbi dos Palmares, e a estupraram. Após a violência, os estupradores a abandonou dentro do próprio veículo e fugiram - a vítima não soube informar se partiram a pé ou motorizados.
Questionada sobre a pos­sibilidade de a vítima também ter sido assaltada, a assessoria de comunicação da Polícia Civil disse desconhecer a exis­tência de mais esse crime. Apenas informou que, após ser violentada, a mulher foi até a casa de familiares e, em seguida, denunciou o caso ao delegado plantonista da Cen­tral de Polícia, Vinícius Mar­tins Ferrari.
Na Central de Polícia, um Boletim de Ocorrência (BO) foi confeccionado. O caso será en­tregue à delegada Paula Mercês, titular da Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher I (DDM-I).


ROSA, Láyra Santa. IML. Mulher espancada espera 6h por exame. O JORNAL. Maceió, 18 out. 2011, p. 9
Os casos de violência do­méstica não param de crescer em Maceió. Na madrugada de ontem, foi a vez da dona de casa Cláudia Iracema Nunes Mar­tins, 36, ser agredida pelo ma­rido, identificado como Cláu­dio José dos Santos, 41. Ele cor­tou o cabelo da esposa, bateu no rosto, rasgou as roupas dela e ainda ameaçou matá-la. Com medo, ela saiu correndo enro­lada com plásticos até a Central de Polícia, no bairro do Prado, onde denunciou o marido agressor.
A violência aconteceu na re­sidência do casal, na Rua Almi­rante Barroso, no bairro do Farol, após uma discussão. De acordo com o relato da vítima em depoi­mento à polícia as agressões e ameaças eram constantes, porém por vergonha, a esposa não tinha coragem de denunciar o marido.
Após o depoimento da víti­ma, a delegada Maria Apare­cida de Araújo determinou que as equipes da 22a Delegada de Polícia, fossem até a residência do acusado para prendê-lo em flagrante. Cláudio José dos Santos foi autuado com base na Lei Maria da Penha, por violên­cia doméstica.
Só que o drama em torno da agressão contra Cláudia Ira­cema não parou por aí. Ainda na madrugada, após prestar queixa, ela foi conduzida por policiais do 22a DP para o Ins­tituto Médico Legal, onde deve­ria fazer exame de corpo e de­lito. Ferida, após apanhar do marido, ela ficou seis horas es­perando atendimento. O fato é que a médica plantonista do dia não estava em seu local de  tra­balho.
"Chegamos ao IML por volta das três horas. A mulher, que foi vítima da violência, estava muito abalada e precisava ser logo atendida. O problema é que a médica de plantão da madru­gada não estava. E pela manhã, quando o outro médico chegou, ele disse que iria fazer primeiro as sete necropsias do final de se­mana, para só depois atendê-la. Um desrespeito com os policiais que estavam de plantão e com a vítima da violência", disse um dos policiais, que preferiu não se identificar.
Na manhã de segunda-feira, a equipe de O JORNAL esteve no IML e encontrou Cláudia Ira­cema aguardando pelo exame. Muito abalada, ela preferiu não falar sobre as agressões, mas confirmou a espera por atendi­mento desde a madrugada. "So­bre a agressão já disso tudo na delegada. Mas estou esperando o médico já há muito tempo", falou.
Essa não é a primeira vez, que médicos do IML deixam o plantão na madrugada, recla­mando da falta de estrutura no órgão. Em agosto, um outro pro­fissional passou a responder a procedimento administrativo pelo mesmo motivo e sempre que isso acontece, gera impasses com a Polícia Civil, que se diz prejudicada pela demora na realização dos exames.
O diretor do IML, Gérson Odilon até o final da manhã de ontem, ainda não tinha sido co­municado pela falta da médica. "Não estava sabendo que isso voltou a acontecer. Não fui co­municado sobre a falta. Vou ave­riguar a situação e vamos fazer um oficio, para pericia Geral co­municando a situação, para que eles tomem os caminhamentos necessários", informou.


DONA DE CASA É ESPANCADA PELO MARIDO.  O JORNAL, Maceió, 29 out. 2011, p. 25.

A dona de casa Alexsandra Oliveira da Silva, 33, foi es­pancada pelo ex-companheiro, José Aparecido França, 28, na noite da quinta-feira (27), na porta de uma lanchone­te localizada no Residencial Mandacaru, no bairro Bom Sucesso, em Arapiraca, no Agreste alagoano.
A vítima informou que es­tá se separando do acusa­do, mas ele não aceita o fim do relacionamento e sempre age com violência contra ela. Alexsandra foi atacada quando subia em sua motocicleta para ir para casa.
"Ele tentou me derrubar e me bater, mas eu consegui chegar em minha residência", declarou a vítima. Ao tentar entrar em casa, Alexsandra da Silva foi atingida com socos e empurrões.
Os vizinhos da dona de casa chamaram a Po­lícia Militar (PM), mas o acusado conseguiu escapar. O caso vai ser investigado pela polícia civil.



CARVALHO, Severino. FLAGRANTE. Acusados de violência são presos. ADELMO ALVES TERIA AGREDIDO COMPANHEIRA E PAULO JOSÉ ESTUPRADO ENTEADA DE 15 ANOS. GAZETA DE ALAGOAS. Maceió, 20 out. 2011, p. 15.
Maragogi - Adelmo Alves da Sil­va, 24 anos, e José Paulo da Silva, 46, foram transferidos ontem da Delegacia de Polícia de Maragogi para a sede da Regional, em Ma­triz do Camaragibe, onde ficarão presos à disposição do Poder Judiiciário. O primeiro foi autuado em flagrante pelo delegado José Carlos Sales por crime de violência doméstica e o segundo, por estupro da enteada de 15 anos de idade.
Segundo relatou o chefe de operações policiais, Ítalo Mar­tins, os abusos sexuais ocorriam desde quando a adolescente tinha 13 anos. O padrasto convivia com a mãe da vítima há cerca de oito anos. "O último abuso acon­teceu na madrugada de terça-feira. Revoltada e chorando muito, a menina contou o caso à tia, que nos procurou e efetuamos a pri­são. Ele nega tudo", contou Mar­tins.
De acordo com o policial, a pri­são aconteceu no distrito de Bar­ra Grande, onde o casal reside. O acusado não esboçou reação.
A adolescente foi submetida ontem a exame de conjunção carnal no Instituto Médico Legal (IML) de Maceió e o padrasto a exame de corpo de delito, antes de dar entrada na delegacia regi­onal de Matriz.
Outro que passou por este mesmo exame foi Adelmo Al­ves. Ele foi preso na Favela do Risca Faca, periferia de Marago­gi após espancar a companheira com quem convive há seis anos, a gari Enedina Maria da Silva, 30. Ela foi agredida a socos e ponta­pés. Ainda com o braço na tipóia, prestou declarações ao delega­do, oportunidade em que confirmou as agressões.
"Ele já tinha batido em mim uma vez. Ontem [terça-feira], ele saiu com as mulheres para um banho de bica e não me levou. Quando fui reclamar, me bateu", disse, aos prantos, Enedina.
Adelmo Alves foi preso em um bar da favela e também não reagiu à prisão. Foi denunciado pelos vizinhos que presenci­aram as agressões e acabou au­tuado por crime de violência do­méstica com base na Lei Maria da Penha.
BATISTA, Flávia. OAB. Ação orienta sobre violência doméstica. O JORNAL. Maceió, 26 out. 2011, p.10
Levar a orientação para de combate à violência contra a mulher à praça pública pode ser о primeiro passo para inibir os casos registrados em todo estado. Durante о dia do hoje, a Comissão de Combate à Violência Doméstica da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) vai fazer uma ação de orientação e atendimento às vítimas da violên­cia doméstica.
A ideia é munir as mulheres de informação para que ela tenha consciência dos seus direitos e a quem procurar quando for vitimada. "Hoje em dia a mulher já tem mais noção dos seus direitos, do seu lugar na sociedade. Mas tanto em Alagoas, quanto nos outros estados nordestinos, о fato de о homem ser о grande provedor da família ainda deixa a mu­lher numa situação de dependência econômica que incentiva episódios de violência", explicou Milena Patury, presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica da OAB.
A violência, segundo a explicação de Milena Patury, é uma questão sobretudo de eco­nômica e, por isso mesmo, uma das formas de combate a esta prática é a qualificação da mu­lher e a inserção dela no mercado de trabalho. "Esta e uma das ações que pensamos como estratégia de combate à violên­cia doméstica", afirmou Milena.
Hoje a ação que tem como tema "Queremos ver você com outros olhos", começará às 9h na Praça Monte Pio. Serão tiradas dúvidas sobre violência do­méstiça, quais são as modalidades deste tipo de crime e que medidas de proteção a Lei Maria da Penha assegura para as vítimas.
A comissão da ОAB/AL também fará a distribuição de cartilhas educativas, que trazem informações dos locais que a vítima de violência domésti­ca deve procurar para denunciar о seu agressor.

ENTRELINHAS. DORMINDO СОМ ESTRANHO 1. O JORNAL. Maceió, 26 out. 2011, p. 12

Policiais militares do BPM, sediado em Arapiraca, se depararam com uma ocorrência no mínimo inusitada na noite de segunda-feira, no Povoado Pé Leve Novo,
em Limoeiro de Anadia. Populares acionaram a polícia dando conta que um homem - aparentemente embriagado - agredia a companheira, que esta grávida. Chegando ao local, os militares foram informados pela vítima, Márcia Cícera Barbosa de Araújo, de 18 anos, que não houve agressão física, mas que seu companheiro havia agredido verbalmente com vários palavrões durante uma discussão.

DORMINDO СОМ ESTRANHO 2

A jovem afirmou, ainda, que vive com о companheiro há mais de um ano, mas о conhece apenas como "Galo Cego". A vítima foi orientada pelos policiais a procurar a Delegacia das Mulheres caso decidisse prestar queixa posteriormente. Já о acusado não foi encontrado na residência do casal pela guarnição policial.



FERRO, Iracema. Suspeita de liderar tráfico de drogas na Levada é assassinada. Com medo de represálias, moradores evitam falar sobre o crime. O JORNAL. Maceió, 29  out. 2011, p. 10.

Conhecida como a Rainha do Tráfico da Leevada e apelidada de Madonna, a ex-reeducanda Silvânia Mendes da Graça Rodrigues, de 43 anos, foi morta na noite da última quinta-feira, com seis tiros, na Rua 15 de Março, nas imediações do Mercado da Produção, Levada.
As informações iniciais são de que Madonna estava em casa com um de seus oito filhos quando cinco homens armado e encapuzados chegaram ao local num carro de cor escura, cujos modelo e placa não foram anotados. Três deles invadiram imóvel, efetuaram os disparos contra ela e fugiram em seguida. Toda a ação não teria durado mais de cinco minutos. De acordo com a Polícia, o filho da traficante não teria percebido o crime, já que havia acabado de consumir entorpecentes c estava tão drogado que não se deu conta do que acontecia em sua casa.
Os acusados do crime ainda não foram identificados pela Polícia. Na Levada, a "lei do silêncio" impera. Os moradores temem sofrer represálias ou pagar com a própria vida as informações dadas à Policia e, por isso, preferem se omitir.
Segundo o Instituto de Criminalística, os tiros atingiram a cabeça, pescoço e braços da vítima. Ela não teve chance de ser socorrida c morreu no local do atentado. Ela era considerada uma mulher perigosa e vingativa.
Além do tráfico de entorpecentes, Madonna era acusada de assaltos e homicídios. Ela passou cerca de um ano na Penitenciária Feminina Santa Luzia, após ser presa por determinação dos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital, em 2010, por formação de quadrilha e tráfico de entorpecentes. Madonna foi presa no dia 30 de abril do ano passado após os magistrados expedirem mandados de prisão contra ela, uma irmã de Madonna, além de criminosos identificados apenas como Washington, Nito, Ferrugem e Leu. Os mandados de prisão haviam sido solicitados pelos promotores do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc).
Quando foi presa, Silvânia estava na companhia de um adolescente e foi flagrada com cerca de 30 pedrinhas de crack, cinco munições do calibre 38 e R$ 461 em cédulas de R$50, RS 20, R$10, R$5, R$2 e moedas.
De acordo com a investigação do Ministério Público, Madonna liderava as atividades ligadas ao tráfico de drogas, especialmente no seu auxílio material e logístico.
O caso está sendo investigado pela equipe do delegado Alcides Andrade. A principal linha de  investigação adota pela Polícia é de que assassinato esteja ligado à disputa pelo comando do tráfico na região da Levada. "Madonna tinha saído da prisão e estava retomando sua atividade criminosa", disse um agente da Polícia Civil, que pediu para não ser identificado.