quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

[BANCO DE IMAGEM: HISTÓRIA; CIDADE: ESTABELECIMENTOS: IGREJA NOVA: ALAGOAS] Luiz Sávio de Almeida. Uma velha loja de tecidos em Igreja Nova


Traipu: Comércio: Estabelecimento


O texto sobre as fotografias está da forma como foi redigido em campo,  logo após ter sido tirada a foto ou depois, à noite, quando as imagens do dia eram repassadas.


















É interessante entrar na loja e conversar. Era dia de feira, dia de movimento. Esqueci de perguntar o nome da loja, mas tudo indica que continua a ser exatamente como foi inaugurada pelo pai da senhora que nos atendeu. Ela mesma já é puxada na idade, embora, quem sabe, mais nova um pouco do que eu.  Foi uma boa sensação e passou na minha cabeça como era a Farmácia Globo do Werther Brandão. Ainda deve existir muita coisa assim  em Alagoas.


[HISTÓRIA: RELIGIÃO: AFRO BRASILEIRA] RIBEIRO, Antônio Daniel Marinho. O processo de satanização do Xangô – Maceió - Alagoas – 1901-1912


  




Vamos evidenciar a conjuntura que desembocou na série de acontecimentos conhecida como “O Quebra de 1912”.  Pretendemos observar como se constituiu o discurso que co-fundamentava a perseguição sobre os grupos de religiosidade de matriz africana em Maceió, durante os primeiros anos do século XX, cidade  que  oscilava entre o provincianismo dos pequenos povoados e passando por reformas e melhoramentos em sua estrutura física. É importante, para contextualizar a realidade de Maceió,  entender a crise econômica que passava o Estado. O governo afirmava que não havia sido dada solução por causa da conjuntura federal desfavorável; o discurso oposicionista mesclava falas a respeito de denúncias de corrupção e inércia do governo, e também associava os termos: Crise - Euclides  – Xangô.

Os impasses políticos e o xangô

O período anterior ao movimento de violência se demonstrava propício para a liberação dos cultos africanos. A primeira justificativa para isso é dada quando tratamos do processo sincrético, que, até certo ponto, se configurou como elemento que fermentou esse processo de “aceitação” das religiosidades africanas

Naquele momento – a transição republicana –, o catolicismo necessitou traçar o mínimo diálogo entre as instâncias do oficial e do popular. O resultado disso? Aceitação estratégica de alguns elementos dessa cultura popular, que estava impregnada do imaginário do Candomblé. A questão era permitir a religiosidade popular, até que não ferisse elementos primordiais da doutrina oficial.

A montagem dos Maltas e da oposição

Pela parte do processo de oposição à Oligarquia de Euclides Malta e de seu irmão, montava-se verdadeiro aparelho para-estatal que consideramos uma antecipação da organização  do movimento integralista no Brasil. A  famosa “Liga dos Republicanos Combatentes em Homenagem a Miguel Omena” encaixava-se nos  pré-requisitos de uma instituição para-militar que urgia por sentimentos como a ordem e principalmente a limpeza étnica. Em nota do “Jornal de Alagoas” de 13 de Fevereiro de 1912 podemos observar algumas características desse grupo.

Mesmo cometendo atos ilícitos contra a liberdade de culto, infligindo dessa forma a Constituição, a Liga se coloca a favor desses princípios legais – denominando-se como o “lado do bem”, ao mesmo tempo em que denunciam as calúnias que estavam sofrendo dos “adeptos de Chango” – agora, o “lado do mal”. Na Liga dos Republicanos e só existiam “homens dignos e amantes do Direito e da Liberdade...”. Em suas ações, distribuíam folhetins, fechavam repartições públicas, vaiavam cidadãos e invadiam residências, e inclusive em momento posterior, o próprio Palácio dos Martírios forçando a fuga de Euclides para o Recife (NEVES, 2004, p. 203).

Ainda na nota de 13 de Fevereiro de 1912 são ditas, de forma muito garbosa, a aceitação, comoção e disponibilidade em ajudar que os integrantes da associação, considerada como “carbonária” por Abelardo Duarte recebiam da população. “Em nossa sede temos recebido diversos objectos pertencentes à Bruxaria levados pela massa popular.”. Nesse período, com a divulgação dessa nota, se efetivava o maior número de ocorrências de quebras de terreiros pela cidade. “A onda de populares que tem dissolvido mais de setenta ninhos de bruxaria...” (Jornal de Alagoas, 13 de Fevereiro de 1912). E a própria Liga também possuía um jornal onde era efetivada a campanha contra a Oligarquia Maltina e o Xangô – “O Combatente”.  

Malta e o xangô

Os “próceres do fanatismo” colocados nas noticias do dia 20 de Fevereiro de 1912, são as “bugigangas dos santos” que remetiam a figuras como “Ogum Taiô, Tia, Macuca e Leba.”.  Essa última era a expressão de Exu feita naqueles cultos – Exu-Legba, que em muitos deles era a associação ao Diabo, como nos conta Bastide, e que, em parte das propagandas anti-governistas era imediatamente direcionado a figura de Euclides Malta e seus correligionários (que eram apelidados especificamente dessa forma – “os Lebas!”).  Inclusive com acusações de que, rituais próprios como estupro de garotas virgens seriam realizados em uma câmara secreta nos fundos do Palácio dos Martírios, em homenagem e oferenda a Exu-Legba e outra divindade - Ali Baba (NEVES, 2004, p. 105).

 Inclusive, uma das tiradas mais ácidas na satanização do Euclides Malta, assim como dos cultos a Xangô é a da história posta em nota do primeiro dia de Carnaval (20/2/1912). Tratava-se de reclamação de alguém assinado “chorona inconsolável” e que reclamava com os editores do “Jornal de Alagoas”: o famigerado “Ogum-Euclides-Taiô” teria roubado o seu marido. Nesse caso o marido era o próprio rei-Momo, “a alegria do povo”. Como ponto final, diz: “-Console-se Moma, tenha paciência, elle um dia chorará também no inferno e seu marido pode voltar para o anno.”

Em muitos momentos na seção “REFLEXÕES” do “Jornal de Alagoas” era realizada a associação entre o governo de Euclides e “a negra tirania de Xangô”. Como se a pureza sacralizada do poder secular estaria rompida e estuprada por poderes satânicos próprios do culto a Xangô. Nessas “REFLEXÕES” feitas nos dias 20 e 21 de Fevereiro de 1912, os cultos a Xangô são nomeados como “simplórios processos de porca magia” e que agora, com a saída a miúda do Sr. Euclides Malta do Estado os seus “feiticeiros tinham perdido o prestigio”. Nelas se encontra a alusão a uma tirania que escravizava o povo alagoano, e uma das causas do seu poder era, justamente, “a negra tirania de Xangô” que atormentava com os seus tambores e seus batuques,  tanto quanto os desmandos do governador. Era a limpeza étnica e cultural se realizando em  uma sociedade heterogênea em sua raiz. Quando da fuga do Sr. Euclides, dizia-se que “(...) partiram todos os malles que nos affligiam e torturavam...”. E deste modo se representou o caráter muito próprio das sociedades cristãs e sua relação com o mal e suas personificações.

Todo o mal que viria cair sobre a população alagoana possuía, agora, sua válvula de escape, seu bode expiatório. Como no Messianismo Político, a origem das dificuldades e das tragédias é refletida em uma figura especial e necessariamente identificada. Naquela ocasião, a apatia da população alagoana, a má índole dos políticos representantes de oligarquias seculares, a situação externa que desvalorizava mais e mais o preço do açúcar e etc. convergiam para que o Estado permanecesse em crise por mais de uma década. Contudo, a responsabilidade deveria recair sobre alguém, ou sobre um determinado grupo. Nesse sentido, a seqüência de interdependência  Crise – Euclides Malta – Xangô era oportuna para o movimento oposicionista que se generalizou e se efetivou das formas mais violentas.

Os começos do Quebra

No noticiário do dia 4 de Fevereiro de 1912 no “Jornal de Alagoas”, o fato mais enfático desse processo,  aparece na notícia da noite do “Quebra”. De todas as notas essa é a mais incisiva e ferina, onde a relação da seqüência de interdependência que mencionamos é externada em todas as suas possibilidades. Sua manchete é bastante incisiva, como se pode verificar na figura 1.

Na mensagem fica clara a intenção de relacionar o processo de manutenção do poder secular de Euclides com elementos exóticos, próprios dos cultos de Xangô. Termos e informações como: “Bruxaria” (como manchete estampada em caixa alta na primeira página), “Exposição de ídolos e bugigangas” e principalmente “Um bode sacrificado” eram destacados sobremaneira. Outra passagem importante da nota deste dia é que, a própria oposição, propagadora da violência praticada pela Liga dos Republicanos Combatentes aos terreiros em Maceió, anuncia que para falar a verdade, parte desta violência contra os terreiros foi o próprio Euclides, que quando saíra fugido do estado “ordenára maior força na pilha da bruxaria”.

 A ligação entre a política euclidiana, as casas de Xangô e o Demônio, cerne mais específico do nosso trabalho, é externada por termos como “antros endemoniados” e era conveniente relacionar as ditas casas como lugares de ameaça para a estabilidade social. As Casas de Xangô eram vistas e tidas como “focos de indolência e prostituição”.

            Para a efetivação das práticas de exorcismo, o jornal oposicionista sempre se refere à atitudes dos populares. Tática conveniente aos seus propósitos que, no discurso, pousa como a instância que observara a justiça sendo feita pelo gosto e desejo popular. Inclusive, é salientada a responsabilidade popular com muita propriedade, “O povo quiz isto fazer, e fel-o”. Para o momento do saque, que o “Jornal de Alagoas” publicou como sendo de responsabilidade popular, o texto praticamente fala por si: “Era uma pequena sala, cheia de pinturas grosseiras, de hyerogliphos de ídolos, de adufos, bancos immundos e porcarias, onde o suor dos negros, coagulado pelo pó em constante suspensão impregnava a acanhada atmosphera, envenenando os assistentes; e foi isso, que antehontem se acabou pelas mãos de quase duas mil pessoas, entre sorrisos e gargalhadas.” (Jornal de Alagoas, 04 de Fevereiro de 1912).
            As notícias complementares revelavam que, existiria um plano, na dimensão irreconhecível da Bruxaria, para tratar da morte do Coronel Clodoaldo da Fonseca e do Sr. Fernandes Lima, os maiores opositores da Oligarquia, e prova é que teriam encontrado  bonecos que tinham a forma desses indivíduos e que perto deles “ardiam velas” para que o trabalho fosse realizado, e mais, segundo a notícia, existia uma foto do Coronel por debaixo das vestes do Leba, para que seu futuro assim estivesse trancado e amarrado ao pescoço de um bode preto sacrificado, que deveria ser enterrado na praia. O “povo” (as aspas são nossas) teria sido ajudado por algumas guarnições policiais, que após terem quebrado literalmente tudo, ainda mandaram prender os pais-de-santo mais famosos da cidade.                              

O ponto fundamental do discurso era promover o desmantelamento da Oligarquia Malta. As matérias dos jornais oposicionistas da época, principalmente o “Jornal de Alagoas”, são oportunas para que possamos colher esse tipo de discurso. Existiam fundamentalmente três tipos de associações elementares e constitutivas da lógica desses argumentos. A primeira era conceber uma culpabilidade pelos atrasos e pela miséria a qual passava o Estado diretamente aos desmandos da Oligarquia Malta. Segundo, tornou-se necessário tecer a relação do Sr. Euclides Malta com os cultos a Xangô. A terceira, era manipular as obviedades do imaginário cristão católico a respeito do Xangô que, certamente já existiam no linguajar popularesco à identificação com o mal. Nesse sentido o mosaico se fechava e a associação era construída. Essa ligação é explicitada, por exemplo, pela nota  que se encontra na Figura 2.

 A raiz do problema não era apenas a figura do governador, mas também o elemento fundador dos males, ou seja, a bruxaria vinda do Xangô. O caráter desse problema era imprevisível, o que certamente acarretava mais ansiedade e medo nas pessoas. Por exemplo, no Jornal de Alagoas de 13 de Fevereiro de 1912, estampava-se uma nota que dizia: “Os mysterios de “Xangô”. O mal era representado como algo palpável, ou seja, reconhecido em figuras concretas (nesta ocasião, Tio Salú), e, ao mesmo tempo era considerado como um mistério. Os grupos ou s indivíduos responsáveis pela disseminação do mal eram figurados e mostrados, mas para que houvesse mais inquietação – e revolta contra essas figuras – a forma daquele mal que viria deles era infindável, irreconhecível, inesperada.

Uma das questões mais importantes é observar em quais momentos, a perseguição contra os terreiros de Xangô em Maceió extrapolou questões políticas e acabou se configurando como uma real representação de uma Modernidade tardia que pretendia se impor ideologicamente. Nesse sentido, era necessário fundamentar falas que radicalizassem a visão já distorcida das pessoas. Em nota tirada do “Jornal de Alagoas” de 13 de Fevereiro de 1912, observamos elementos bastante próprios destas associações.  (Ver figura 3)

Conclusão

 Primeiramente indagamos à forma pela qual foi processualizada toda a violência aos terreiros de Xangô da cidade. Isso por que, tanto nas falácias jornalísticas, quanto na efetivação prática desse processo no dia 2 de Fevereiro de 1912, o resultado final das agressões tinha uma objetividade implícita, mas que para nós possuiu um efeito ideológico muito próprio. Era necessário expor os despojos da “guerra santa” (as aspas são nossas). Demonstrar, portanto, que a vitória sobre a bruxaria e o satanismo foi efetuada, assim como para representar a inferioridade daquela cultura e a supremacia dos valores da civilização sobre a religião animista. Era necessário expor o “Xangô” em “photographia” e nesse sentido, cremos que os termos são próprios para ratificar a idéia anunciada.

O momento que comprova isso se realiza quando, na tarde do dia 3 de Fevereiro, dois homens levam os despojos de mais de trinta quebras de terreiros para a redação do Jornal de Alagoas. Um é o de Leba, “o espírito do mal”, que juntamente com o de Ogum e de Baluaiê foram habilmente arrastados por toda a cidade para que todos vissem. Finalmente todos os despojos ficaram em exposição. Outro ponto importante era ratificar elementos que eram pré-requisitos da religiosidade que estava sendo exorcizada e associá-los a outras formas de vida impróprias à civilidade. Os cultos de Xangô se utilizavam das batidas nos tambores assim como de cantorias, e o texto refere-se ao incômodo que isso provocava, o tormento que provocava. Suas práticas eram irremediavelmente associadas às modos de vida próprios da vagabundagem, da prostituição e etc.

As noticias são representativas não só pela necessidade de se expor a alteridade a uma posição de inferioridade, mas também de que sejam naturalizadas as atitudes exorcistas. Óbvio, um dos elementos que mais nos chamou a atenção para a produção do trabalho foi a contradição inerente a uma sociedade dita como republicana que se esboçava como moderna, mas que tratava de forma violenta um traço cultural que já existia em seu cerne – o Candomblé. Ou seja, era a atitude de se naturalizar a violência e respaldá-la em nome de um processo civilizatório que, contrariava a configuração secular desta mesma sociedade, que era a mestiçagem não só da cor, mas dos costumes, das referências ontológicas para a vida e etc.





  


[[HISTÓRIA: RELIGIÃO: AFRO-BRASILEIRA ] ALMEIDA, Luiz Sávio de. Um pequeno bilhete sobre o quebra de 1912
















Esta matéria foi publicada no tablóide Contexto do jornal Tribuna Independente, Maceió, na edição de  6  de Novembro de 2011

Um pequeno bilhete sobre o quebra de 1912
















Durante o mês de novembro, Contexto procurará abordar questões relativas ao mundo afrobrasileiro. Hoje, traz material produzido por um Mestre em Sociologia, retirado de sua dissertação, e que fala sobre o Quebra de 1912, acontecimento fundamental para a história cultural e política do negro alagoano cujo tratamento, como já discutimos, merece extremo cuidado para não reduzir a história negra aos momentos da história branca, devendo ser levado em conta, também,  que a fonte para os episódios do Quebra propriamente dito é única e oposicionista: Jornal de Alagoas.

Luiz Savio de Almeida



 

Momentos pessoais quanto ao Quebra


O trato do Quebra introduziu a figura mítica e mística da Tia Marcelina, deixando-a como emblema das perseguições sofridas pelos cultos em Alagoas. De fato, Tia Marcelina é “recuperada”  na década de 60 do século passado, em processo de afirmação dos cultos em parceria com setores intelectuais da classe média, carreado pela Federação dos Cultos Afro-Brasileiros de Alagoas e que gerou o I Semana dos Culto Afro-Brasileiros, realizada no Teatro Deodoro, contando na coordenação com babalorixás como Luiz Marinho (falecido, Nagô), Celestino (falecido, Ijexá), Joca (falecido, trabalhava pelas canhotas, Quimbanda) e o Coronel Belarmino (falecido, filho de santo), Edinho (falecido, Nagô). Com  eles  tomei muito xequeté nas saídas de Yaô.

Tenho a grande honra de ter sido, junto com o Bráulio Leite Júnior, membro do grupo que fez a Semana, o anti-quebra no Teatro Deodoro, com os zingomes batendo sem parar desde as seis da tarde e com os terreiros da capital e do interior, assumindo o palco da casa que era da cultura da elite de Alagoas.  Nunca vi tanta gente no Teatro Deodoro e aqui e ali o santo irradiava: dá para se imaginar o quase surreal das cenas. Eu acredito que umas 20 mil pessoas andaram pelo Teatro, que estava encantado pela maestria criativa de Bráulio Leite Júnior ao transformá-lo em um imenso terreiro, com sua entrada sendo peji e congá, com a Umbanda, o traçado e o Nagô dominando o cenário por ele belissimamente montado.

Dentro da macumba, havia partidarização. Os não convidados (havia disputa pelo comando da Federação) metiam o pau, dizendo que nunca viram orixá artista para descer o santo em Teatro e que nenhum era cantor de rádio para estar com microfone. Sei apenas que o universo dos terreiros foi mobilizado. Tudo derivou de uma conversa comigo: éramos Marinho, Celestino e mais outro que não lembro.

Diziam que os terreiros estavam sendo perseguidos pela polícia e até falavam em cobrança de um dinheirinho.   Precisávamos de um grande evento, capaz de escancarar os terreiros. A festa de Iemanjá não bastava. Seria certo, errado? O fato é que dei a idéia da Semana e toparam na hora. Saí e fui direto falar com o Bráulio –  amizade íntima  e de imenso carinho – e ainda hoje é um cara destemido. Na hora! Seu talento deu vida à macumba no Teatro. E viva o Bráulio Leite Júnior! Nossa, houve pressão! O que era aquela doidice no Teatro? Recebi recados. Mas tudo entrava por um orixá e saía pelo outro. Bráulio foi um companheiro brilhante; eu sabia que jamais ficaria sozinho. Quem morreu de trabalhar foi o Marcelo Texeira, pessoa fundamental nisto tudo, segurando a logística do que era um empreendimento gigantesco para a época.

 Essa nossa história eu vou procurar no meu diário e publicar.

 Disse-me o Klébio que o povo ainda fala disso nos terreiros de hoje em dia e Dona Maria do Acais  que baixa  no terreiro do Manoel do  Xoroqué   que é babalorixá no Ilê Axé Legioneré do Xoroqué mandou recado “pro véio Sávio”  sobre o assunto, em nome do “povo da macumba”.  Saravá,  que eu vou de banda!  .

Um dia, o Joca me disse que o Zumba havia encontrado uma fotografia da Tia Marcelina. Fui até à  casa do Zumba conversar com ele. Estava criada a imagem de uma Tia Marcelina. Nem discuti; se eles desejavam a Tia Marcelina daquela forma, daquela forma ela seria. As verdades também são criadas por atos de fé. E entronizei a Tia Marcelina numa parede, certo de que ela havia renascido pela inteligência e pelo pincel do Zumba, gente fina, que na época morava lá pelos lados do antigo Bar das Ostras. A Tia Marcelina estava na parede em minha casa, a janela entreaberta. Passa um cara e me pergunta: “Era essa a mulher que parava o trem com a mão?” Fiquei maravilhado, espantado e o que eu poderia responder?  “É ela mesmo: a Tia Marcelina!”

Vamos ao Quebra.

Luiz Sávio de Almeida

[HISTÓRIA: RELIGIÃO: IGREJA LUTERANA] ANTUNES, Márlon Hüther. Igreja Luterana – um marco na história do Cristianismo






Esta matéria foi publicada no tablóide Contexto do jornal Tribuna Independente, Maceió, na edição de  30  de Outubro de 2011




Um pequeno bilhete sobre a liberdade religiosa



            A formação de uma consciência social e especialmente a montagem da ciência social, passa pela reforma como um de seus marcos centrais, na medida em que Lutero desabilita a posse do conhecimento das mãos oficiais e habilita uma investigação pessoal dos fundamentos da verdade. Passa tempo, segundo entendemos,  para que dois acontecimentos de monta apareçam  somando seus efeitos na construção do atual: a revolução francesa e a industrial. Conhecer Lutero é básico pelos fundamentos históricos e políticos que ele representa. A reforma lançou a busca da verdade fora dos padrões oficiais de controle; a revolução francesa mostrou que a organização política da sociedade cabe ao povo e não a um direito sagrado de transmissão do poder;  a revolução industrial criou a figura  política  do operário.         

            Portanto, jamais se poderá ignorar a marca histórica que foi a iniciação da reforma e da Igreja que diretamente evoluiu em parte da tradição germânica. É incrível ver o tempo entre Lutero e a Igreja Luterana em Alagoas. Ela existe e é recente, mesmo para os padrões de encontro de Alagoas com o protestantismo  que começou a ser desenhado pelos finais do século XIX.

Contexto acha que o protestantismo  em Alagoas deve estar publicamente visível em nossa história, pelo lugar que desempenha. Vamos ler um pouco sobre a Igreja Luterana. 

Contexto agradece à Congregação Cristo Redentor pela fidalguia do diálogo



Luiz Sávio de Almeida









"Hier stehe ich. Ich kann nicht anders".

(Aqui estou. Não posso renunciar).



Lutero



Há 494 anos, no dia 31 de Outubro de 1517, a Igreja Cristã passava por um marco em sua historia. O que acontecia ali mudaria todo o conceito de fé, salvação e igreja. Influenciando Estado, economia, e até mesmo a educação. O mundo nunca mais seria o mesmo!
Este marco na história conhecido como a Reforma Protestante, teve como principal agente, o doutor em Teologia Martinho Lutero. Ele, ex-padre católico que viveu na idade média (1483 –1546) e que inconformado com a prática abusiva adotada pela Igreja de sua época, resolveu defender os princípios bíblicos fundamentais da igreja cristã, combatendo assim, um longo período de escravidão, corrupção e inanição - em nome da fé. As bases da Reforma não eram novas, antes, eram as verdades eternas de Deus, como reveladas na Bíblia.
            Tudo começou quando Lutero, preocupado com a salvação eterna, descobriu que havia representantes da igreja (católica) negociando supostas cartas de perdão dos pecados por dinheiro, chamadas “indulgências”. Convicto de que isso era abuso de clérigos corruptos, Lutero escreveu um manifesto com 95 afirmações (teses) contra a venda de perdão, e o pregou na porta da igreja do Castelo de Wittenberg (Alemanha), no dia 31 de outubro de 1517. Esta data passou a ser considerada o Dia da Reforma. Nestas afirmações Lutero procurou mostrar que Deus perdoa de graça a quem crê em Jesus Cristo, e que ninguém pode comprar o perdão de Deus ou conquistá-lo por méritos ou esforços próprios.
            A causa última da Reforma não foi o comércio de indulgências, e sim, o tamanho do abuso com as coisas sagradas. A pergunta fundamental que Lutero se fazia era: “Qual a autoridade suprema em assuntos de religião e consciência?” O exame da matéria, à luz dos ensinamentos divinos, devia provocar - como de fato provocou - a restauração da igreja na sua pureza primitiva. 
            As obras de penitência representavam a base das indulgências, como as orações, jejuns, esmolas e outras, que podiam ser substituídas pelo pagamento de determinadas somas em dinheiro. Esta era uma forma de barganhar com Deus e de manipular as pessoas. A Igreja, cristianismo, precisam de reforma!
Para o reformador, Deus nos aceita como justos somente quando nos arrependemos de nossos pecados, cremos e confiamos em Jesus Cristo. “Justificados pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo(Romanos 3.20). E esta fé sim, leva necessária e espontaneamente a produzir boas ações, assim como a árvore saudável produz bons frutos. O ensino adotado pela igreja da época era justamente o oposto: através das virtudes e boas obras as pessoas conquistavam a graça de Deus por merecimento, deixando de confiar na obra de Jesus e passando a confiar em suas próprias obras; atitude totalmente oposta descrita na Epístola aos Efésios: Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la” (Efésios 2.8,9).
            Em conseqüência disso, Lutero recebeu uma ordem do Papa exigindo que se retratasse de suas afirmações, fato que comprovava que o próprio Papa estava por trás desses abusos. E, diante de sua recusa, foi excomungado. Sua intenção não era fundar uma nova Igreja, mas sim, uma reforma na Igreja que ele amava. Mas não lhe restou alternativa, a não ser defender e anunciar a Palavra de Deus sob o principio da obra de Deus em Jesus Cristo. Estas verdades receberam grande adesão de lideranças e do povo em geral que estavam cansados de tamanha exploração e ansiavam por reformas. Estas pessoas, mesmo contra vontade de Martinho Lutero, passaram a se identificar e serem chamadas de “Luteranos” ou protestantes.
            As influencias mais significativas de Lutero foram:
            1- Traduziu a Bíblia para a língua do povo para a edificação de sua fé. Defendeu que a Bíblia é suficiente e completa como fonte de doutrina, norma de fé e vida. Decretos papais, instrução em lendas e tradições só afastavam as pessoas da verdade divina.
            2- Determinou que a pregação fosse na língua do povo, e não mais em latim.

            3- Incentivou a criação de escolas para que todos pudessem aprender a ler e escrever. Sua orientação era que ao lado de cada igreja existisse uma escola.
4- Restaurou o Sacramento da Santa Ceia. Negar o vinho aos comungantes, conforme prática da Igreja Romana, significava um flagrante desrespeito ao testamento de Jesus Cristo. Jesus expressamente acentuou: “Bebei dele todos” (Mateus 26.27).
5- Defendeu o direito de cada paróquia ou congregação chamar ou demitir seus pastores, em assembléia geral, favorecendo o processo democrático na Igreja.
 6- Combateu a prática da oração aos santos e à Maria, por ser Cristo o único intermediário entre Deus e os seres humanos, conforme a Bíblia em 1ª Timóteo 2.5. Os santos ou cristãos consagrados devem ser bom exemplo de fé para seguir, tendo sua memória preservada, mas não ser colocados na posição de intermediários entre nós e Deus.
7- Valorizou o trabalho do cristão na sociedade. Tanto o trabalho profissional, como a busca de soluções para os problemas sociais, é trabalho que agrada a Deus, pois serve ao próximo.
8- Fez divisão entre Igreja e Estado, defendendo um Estado laico. Ou seja, administrado pelo povo e não pela igreja.
           
            Em virtude dos seus múltiplos dons e sua produção teológica, Lutero recebeu destaque na revista americana Life que efetuou uma pesquisa a respeito de personagens que marcaram o milênio (1001-2000). Levou-se em consideração quantas pessoas um determinado acontecimento afetou e que diferença fez na vida cotidiana delas. Os resultados da pesquisa de vinte jornalistas e de especialistas em quase todas as áreas do conhecimento, foram publicados no Brasil pela revista Veja, Edição Especial do Milênio (12/2001): Em primeiro lugar Johann Guttenberg, que se destacou com a impressão da Bíblia; em segundo lugar Cristóvão Colombo, que abriu as portas para que o mundo se transformasse numa aldeia global; em terceiro lugar Martinho Lutero, pela sua contribuição a toda sociedade através do movimento da Reforma.
Segundo a Revista Escola (edição 022, 2008) Martinho Lutero é “o autor do conceito de educação útil” que vendo a realidade abusiva e de abandono do sistema educacional na Idade Média, sugeriu uma concepção de educação que visasse à formação de um ser humano integral. Para ele a educação em primeiro plano, é tarefa dos pais, mas compromisso principal e fundamental das autoridades em todos os níveis, sendo necessária uma estrutura social que garantisse esse acesso indistintamente para todas elas, com gente especializada e mantida comunitariamente, tarefa do Estado. Além do mais combateu a educação repressiva, introduziu o lúdico na aprendizagem e lutou por boas bibliotecas.


Verdades preservadas integralmente no Brasil, depois de quase 500 anos da Reforma



            No Brasil existem duas grandes Igrejas Luteranas: a IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil) e a IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil), que juntas somam quase milhão de fiéis. A diferença entre ambas está mais na origem das missões que vieram ao Brasil, a primeira é americana e a segunda alemã. Há alguns pontos de divergência, no geral a IELB é um tanto mais confessional ou fiel aos fundamentos da Reforma. A IECLB por ser uma missão alemã acabou tendo influencias do liberalismo no cristianismo europeu ocorridos no inicio do século XIX.
Embora a IELB, seja em números de fiéis menor, está presente em todos os Estados Brasileiros, inclusive aqui em Maceió, onde todos os luteranos oriundos de outras cidades são recebidos e acolhidos.



A Igreja Luterana (IELB) no Brasil



No início do século XX, a pedido de alguns cristãos luteranos, a Igreja Luterana - Sínodo de Missouri, dos Estados Unidos, enviou ao Brasil o pastor Christian J. Broders que fundou, no dia 1º de junho de 1900, a Comunidade Evangélica Luterana São João, em São Pedro, RS. Em 24 de junho de 1904, foi fundada, em São Pedro do Sul, RS, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil - IELB.
Hoje a IELB conta com mais de 800 pastores e aproximadamente 240 mil membros. Tem pastores missionários também na Europa, Américas e África.  No trabalho missionário conta com o apoio da “Hora Luterana”, que produz programas de rádio, material de aconselhamento e cursos bíblicos (www.horaluterana.org.br).
            A formação de todos os pastores da IELB tem duração de seis anos: Quatro anos de bacharel em Teologia em convênio com a Universidade Luterana do Brasil com sede em Canoas, RS, e em tempo integral, como especialização em ministério pastoral, no Seminário Concórdia de São Leopoldo, RS.
           
            A IELB se organiza de seguinte forma:
A Congregação é a comunidade local. Existem 1447 congregações em todo Brasil, todas tem uma diretoria que executa as decisões da Assembléia dos Membros Votantes;.
A Paróquia é a união de várias congregações, quando as mesmas têm o mesmo pastor. O número de paróquias é 508 no Brasil.

          O Distrito é a união de várias paróquias, geralmente formada de quatro a dez paróquias. Há um pastor que é eleito Conselheiro Distrital, com o mandato de 4 anos e um líder leigo, tendo ambos como função representar o Distrito e visitar as paróquias e eventualmente resolver conflitos para o bom andamento geral. Hoje existem 55 Distritos na IELB.  
A organização nacional da IELB se dá da seguinte forma:
Uma Diretoria Nacional é eleita por 4 anos pela Convenção Nacional, como um órgão executivo.
A Convenção Nacional realiza-se de quatro em quatro anos. Participam todos os pastores ativos (com chamado), sendo que somente um pastor e um representante leigo por paróquia têm direito a voto. Aqui são decididas questões administrativas da igreja.
O Conselho Diretor normalmente reúne-se uma vez por ano. É composto por todos os conselheiros distritais e os líderes leigos distritais. É um órgão executivo, no sentido que está subordinado a Convenção Nacional, entretanto tem poderes deliberativos em diversas situações.
            Dentro da IELB existem ainda organizações auxiliares, como a Juventude Evangélica Luterana do Brasil, a Liga de Servas Luteranas do Brasil e  a Liga de Leigos Luteranos do Brasil, além de 20 Associações de Entidades Sociais, instituições que trabalham especialmente com crianças, doentes, idosos e deficientes auditivos, 60 Escolas, 2 Faculdades e 1 Universidade. Possui ainda uma Editora, que produz literatura (livros, devocionários, Cds, etc.) e material evangelístico para a igreja .
           

A Igreja Luterana e Maceió















Em Maceió, a Igreja Luterana está presente há 30 anos através da Congregação “Cristo Redentor” localizada no centro. ainda atividades no bairro Acauã e Clima Bom, sempre sob o fundamento de levar o maior tesouro que temos em mãos para a maior necessidade humana: Perdão, reconciliação e salvação através da obra de Jesus.
O trabalho da Igreja Luterana na capital alagoana iniciou em Agosto de 1981, com a chegada do recém formado, Pastor João Carlos Tomm. Como característica muito significativa adotada pela IELB, o Pastor Tomm, que ficou 11 anos em Maceió, veio atender famílias que já eram membros da Igreja Luterana em outras cidades, família Simões oriunda de Recife e a Sra. Nair Gzrelak de São Paulo; além de ouvintes do extinto programa de rádio chamado “Hora Luterana, a voz da cruz”, que era transmitido pela Rádio Palmares - há um forte desejo em restabelecer este programa e atingir mais pessoas com a clara exposição do Evangelho.









O primeiro local de cultos (sede) da Igreja Luterana em Maceió  foi numa casa alugada na Rua Artur Jucá, 87 no Centro. O Pastor Tomm atendia famílias luteranas em Maceió, na Cerâmica Sacramento (Passo do Camaragibe) e até 1983 em Aracaju, dificuldade que somadas à falta de recursos financeiros e humanos, adaptação com a nova cultura, assaltos que sofreu, grande sincretismo religioso e analfabetismo, tornaram-se os maiores empecilhos desde o início da missão.
Com a saída deste Pastor em 1992, a igreja passou por uma sucessão de obreiros (Wando Wolf, Odil Sontag, Leandro Hübner), que permaneceram menos de 2 anos cada, por dificuldades de adaptação cultural, intercalados por períodos de vacância, o que enfraqueceu e muito o trabalho. Entre 1999 e 2005 o Pastor Waldyr Hoffmann pastoreou. A partir daí, após alguns meses de permanecia do Pastor Luis Cláudio Viana da Silva - devido problemas de saúde de sua esposa - o Pastor Márlon Hüther Antunes assumiu o trabalho e tem coordenado as atividades.
Assim como há 100 anos a missão no Brasil estava voltada a atender os descendentes alemães, em sua maioria no sul do Brasil, a grande maioria dos pastores tem descendência alemã e são oriundos do sul, onde está concentrada a maioria absoluta de luteranos. Este é perfil vem mudando nas últimas décadas, o lema da IELB favorece esta idéia: Cristo para todos. Em Alagoas há 30 anos o foco inicial foi atender luteranos que migraram para cá, todos os pastores eram do sul ou sudeste, o que dificultou ainda mais a missão. Hoje metade dos membros são alagoanos e a outra oriundos de outros estados. Nestes 30 anos, o período de maior crescimento ocorreu nos três períodos onde se estabeleceram por mais tempo os pastores, criando mais vínculos, raízes, aculturando-se melhor, facilitando assim, a continuidade de projetos evangelísticos e mais contatos.

Hoje existe em Maceió um pouco mais de uma centena de fiéis, que freqüentam os três locais de culto. As famílias luteranas estão espalhas nas mais diferentes regiões da cidade e pertencem as mais diferentes classes sociais e intelectuais - a maior concentração, porém, se dá no Bairro Tabuleiro dos Martins. Por ser uma igreja pequena, geograficamente espalhada, com apenas um obreiro e por ter como uma de suas características um trabalho e contato bem pessoal, pastoral e direto, a Igreja tem encontrado muitas dificuldades ao longo do tempo em fazer sua missão, tanto no campo evangelístico, como social. Porém, nunca perdeu este foco.










 Por ser uma Igreja tradicional e que não dá ênfase à apelação financeira e emocional - como as igrejas evangélicas no geral, são conhecidas e pré-julgadas atualmente - nos esforçamos ao máximo para manter nosso objetivo, afinal as únicas verbas que recebemos de fora são para pequenos projetos especiais. Os recursos para os desafios da Igreja, de caráter social e missionário, provêm das ofertas regulares e espontâneas que cada membro dá conforme suas possibilidades financeiras. Por isso, a Igreja Luterana não cobra pelos serviços que presta, como batismos, casamentos, sepultamentos, visitas aos doentes ou outros atendimentos pastorais.
O trabalho social desenvolvido atende especialmente necessidades internas (cesta-básica, medicamentos, etc), mas em momentos especiais o grupo de ação social da Igreja se une para agir (como no caso do atendimento às vítimas das enchentes em 2010), temos concluído um projeto de capelania hospitalar, sem local para desenvolvê-lo no momento – organizados pelo Pastor, uma Psicóloga e uma Assistente Social da Congregação. Entendemos que o ser humano é um indivíduo integral em todas as suas dimensões e peculiaridades de ordem bio-psicossocial e espiritual.
A Igreja Luterana não faz diferenciação entre as diversas etnias que se encontram na cidade, na região e no país, “porque para Deus não há acepção de pessoas” (Romanos 2.11). Respeitamos a cultura e história de cada uma, temos como meta compartilhar com as pessoas a certeza da vida eterna em Jesus Cristo integrá-las como membros da família de Deus, fortalecê-las e equipá-las para servirem com suas vidas – tempo, dons e bens – a fim de glorificar a Deus.
Nas Congregações luteranas somos uma família, um grupo amigável, pessoas que descobriram a alegria da vida cristã. Procuramos ajudar-nos uns aos outros. Reunimo-nos para dividir as dificuldades e multiplicar as alegrias. Cremos que no culto Deus nos serve com sua Palavra, o Perdão, os Sacramentos (Batismo e Santa Ceia) e a Benção; nós servimos a Deus na adoração, no louvor, na oração de gratidão pelas bênçãos da semana, pela comunhão com os irmãos e convidados.A Igreja Luterana admite crianças e adultos ao Batismo. A regra é o Batismo de crianças. Além do mais oferece aconselhamento para casamentos em dificuldade, bem como a bênção divina para aqueles que fracassaram no casamento e querem estabelecer um novo relacionamento matrimonial.




Na Igreja Luterana ninguém é sobrecarregado com proibições, mas é livre para, à luz da Palavra de Deus, tomar suas decisões para que glorifiquem a Deus e beneficiem o próximo.
As principais atividades fixas são:
- Centro (Rua Emanoel Pedro  de Farias Costa, 4 – antiga Gazeta de Alagoas) Culto no 1º Domingo do mês as 9h e 2º, 3º,4º,5º  Sábado as 18h; 1ª sexta feira do mês, 19h encontro do grupo Masculino, estudos mensais em grupos familiares distribuídos por bairros e encontros com jovens nos domingos a tarde.
- Clima Bom (Rua Walter Gomes, 52C) Culto Domingo as 8h e Estudo bíblico Quarta-feira as 19h.
- Acauã no Bairro Acauã (Avenida Tancredo de A. Neves – Lot, Qd A – 01) Culto Domingo as 10h e Estudo bíblico Quinta-feira as 19h.