domingo, 18 de dezembro de 2011

[BANCO DE IMAGEM: CIDADE: MACEIÓ: TRAVESSA DIAS CABRAL] Luiz Sávio de Almeida. Maceió as ruas laterais. Teatro Deodoro. Outubro, sábado, 2005


Maceió: Codiano: Travessa Dias Cabral: 2004



O texto sobre as fotografias está da forma como foi redigido em campo,  logo após ter sido tirada a foto ou depois, à noite, quando as imagens do dia eram repassadas. As fotos foram tiradas para posterior comparação. Infelizmente perdemos as anotações de visada e coordenadas. Na verdade,  a fotografia está sendo usada para realizar uma espécie de etnografia urbana, tentando captar cenas do cotidiano de diversos pontos de Maceió, além de montar uma série de imagens que na certa ajudarão,  no futuro, a quem desejar estudar a cidade e sua vida.








Rua Dias Cabral. Fundo Teatro. Quase defronte à porta central, estava a casa de uma amiga de infância de mina mãe em Capela. Chamava-se Jersey e pertencia ao bloco das Ciganinhas, que sai no carnaval de Capela, acompanhado pela  Banda de Música do Maestro Chico Caetano.

Rua lateral que dá para o Teatro de Arena
A Naná filha do Chico Caetano, conversava muito comigo. Morreu. Gostava de falar sobre as aventuras do pai como Maestro na Capela que, segundo as más línguas, gostava vez em quando de uma caninha. Ele tocava piano no Cine-Ceci da Capela, no tempo do cinema mudo. Meu avô foi bilheteiro do Cine Ceci.













Está é a saída da  Travessa Dias Cabral.  Um pouco mais à frente ficava o Restaurante da Peró, onde muitas vezes almocei na companhia de amigos. O Restaurante da Peró e do Jatiúca começou no primeiro andar onde funcionou o antigo Jornal de Alagoas. Nem tanto pela comida, mas pelo ambiente, pisava boa parte da esquerda remediada e, então, o almoço era sempre divertido e interessante.  Acho que pela noite, serviam apenas sopa.   



Este bar era uma safadeza só.


Entrei aí umas duas a três vezes, mas era barra mesmo. A gente não tinha coragem de levar as meninas amigas, salvo se houvesse uma invasão e seria trágico, pois invalidaríamos um ambiente que não nos queria. Ficava em frente à Igreja Presbiteriana e era engraçado o que acontecia, especialmente, por volta de oito da noite, quando o bregão do bolero se misturava aos hinos sacros. 


Na parte direita da foto, tem um carro vermelho. Ele fica em frente aonde funcionava a melhor carne do sol de Maceió. Era famosa.  Fui muitas e muitas vezes, umas tantas levando a família. Foi tio Waldomiro quem me levou pela primeira vez.  Naquele tempo, duas carnes de sol eram consideradas famosas em Maceió: a de Cupira em Pernambuco e a do Cedro em Sergipe. Sou alucinado por carne do sol e terminei batendo o costado em Cupira e no Cedro. 

 A dona dizia  que a carne do sol era do Cedro.  No entanto, nada chegaria aos pés das carne do Lira e do Marinho em Natal no Rio Grande do Norte.  A do Marinho era tosca, sem qualquer sofisticação e era para os lados da Roca. O Lira ficava mais perto da Ribeira; ou era o contrário? Sei que os dois morreram e quem não comeu, não come mais. 

Não aparece mais a carne de sol de porco. Era algo divino e maravilhoso, mas a mãe de família tinha um imenso cuidado pois se deteriorava com facilidade, ficando sentida como se dizia e o estrago seria grande demais.  Carne de sol de porco somente se comia frita. Era raro um pedaço no feijão.  Delícia com cuscuz e leite quando frita em fogo baixo, com cebola roxa na frigideira. O paladar assumiu o comando da memória e a visão atual da fotografia foi para as cucuias.  Eu quado eu falei em cuscuz,  foi o de milho.  O de arroz é bom, mas sempre gostei puro. O de massa puba não combina com carne e sim com peixe frito.
Depois de tanto escrever, descobri que não era aqui o restaurante da Peró.  Era na rua detrás.


Lado esquerdo, entrada do Arena. Lado direito; estacionamento

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