quinta-feira, 18 de outubro de 2012

[Violência contra gay, Caso Larissa Voguel,

SANTANA, Nigel. DRAG QUEEN.
Movimento gay protesta após atentado. Carlos Eduardo, que faz a 'Larissa Voguel', foi atingido por quatro tiros.
TRIBUNA INDEPENDENTE. Maceió, 16 out. 2012, p.11


Por muita sorte, Carlos Eduardo Ferreira Mendes, de 19 anos, uma drag queen mais conhecida como La­rissa Voguel, sobreviveu a uma tentativa de homicídio na madrugada de sábado, no bairro da Ponta Grossa, parte baixa de Maceió.
Foram dez tiros disparados contra Eduardo porque ele estava em um posto de gasolina ao lado de seu namorado. O ato de violência considerado torpe pelo Movimento Basta de Homofobia foi о estopim para que suas repulsas fossem arremessadas aos ouvidos da população e aos órgãos competentes, a exemplo da Secretaria de Defesa So­cial. Aproximadamente oito líderes do movimento gay estiveram na Praça Bráulio Cavalcante, no Centro, na manhã de ontem.
Um dos representantes no novo movimento é Dino Alves, figura já conhecida na defesa dos homossexuais, inclusive, tendo se lançado este ano candidato a vereador em Maceió. Ele declara que о atentado con­tra Carlos Eduardo ocorrera porque ele estaria ao lado de seu companheiro, que teve seu nome preservado por motivos de segurança.
"A pessoa que atirou no Carlinhos perguntou se о namorado dele era uma mulher, devido aos aspectos femininos que ele tem. Quando о Carlinhos respondeu que seria seu namorado, a pessoa sacou uma arma e prontamente deflagrou dez tiros. No namorado dele, os tiros foram de raspão, mas, nele, foram quatro: na mão, nádega, perna e outro de raspão. O criminoso fugiu do local e Carlos Eduardo conseguiu chegar até a sua residência para depois ser socorrido para о Hospital Geral do Estado", detalhou Alves.
Ainda na manhã de on­tem, Carlos Eduardo recebeu alta do HGE. De acordo com о prontuário hospitalar, os ossos de sua mão estão quebrados e uma bala está alojada em sua náde­ga.

Homofobia
Lideranças cobram elucidação do crime
Eles também querem que a população denuncie os casos de violência

Os integrantes do Movimen­to Basta de Homofobia tentaram uma reunião com о secretário Dário César Cavalcante, na Secretaria de Defesa Social. Eles pediram para que seja lavrado um Boletim de Ocorrência e que as imagens do posto de combustíveis onde о casal estava sejam liberadas para identificar о autor dos disparos.
Acompanhados de represen­tantes da Secretaria da Mulher e Direitos Humanos e da advogada Kessiane Lopes, о Movi­mento fez novas cobranças para que em Alagoas seja instalado о Grupo de Trabalho que irá ajudar nas investigações dos chamados crimes homofóbicos.
Dino Alves lembra que nem tudo que acontece com os gays em Maceió é homofobia, mas, que os crimes com requintes de crueldade são de fato por ojeriza a orientação sexual.
"É bom destacar que a sociedade pode entrar em contato com о Disk 100 quando passar com algum tipo de preconceito ou presenciar crimes contra os gays. Esse é mais um auxilio para identificarmos os agressores e criminosos, inclusive contamos com о apoio da polícia, da Defensoria Pública e do Ministério Público. Por causa da impunidade, no Brasil virou hobby matar homossexual", justifica Dino Alves.

INICIATIVA
O Movimento Basta de Ho­mofobia garante que novos passos estão iniciando a partir do ato criminoso que acontecera com a drag queen. Dino Alves diz que iniciará uma campanha para que os casais gays andem de mãos dadas em locais públicos. Para abrir ainda mais os olhos da população com relação a homofobia, Alves sustenta que os gays que tiverem seus parceiros e parceiras se beijem para que todos possam ver que eles lutam por seus direitos.
"Como os negros e as mulheres conseguiram avançar na sociedade? Eles lutaram e protestaram. Assim será com os gays. Vamos apoiar a causa, andar de mãos dadas, beijar os parceiros. Só assim, a população vai ver que nos existimos", avalia.

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