
Palmeira dos Índios |
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A Capela dos meus pais |
No caminho, a parada para ver o leito doParaíba nos lados do Escuro, carroças mergulhadas na água e animais morrendo sob o peso indomável da areia molhada. Na Viçosa, o local da casa do pai do Graciliano; depois, marchar e ver um pouco do que teria sido Quebrangulo e rever a casa de meus pais, o local ondef uncionava o Atheneu Quebrangulense, invenção grecobrangulense do meu pai, o velho Manoel de Almeida, professor de nomeada na região. No meio do caminho, a necessária passagem por Capela, o cumprimento às águas encachoeiradinhas do Paraíba, a demanda ao reino do Cajueiro, a parada no Escuro.
O cemitério de Palmeira é emendado: o velho com o novo. A parte antiga é para cima e a parte para baixo é nova. Existe vestígio do antigo muro, espécie de estemunho: pequena enfieira de catacumbas. Ali, maravilhosos túmulos-igreja surgem do encantado da morte, com três exemplares que a prefeitura deveria conservar. Estamos no campo da arte e arquitetura cemiterias, coisa que lembra um velho e falecido amigo, o Clarival do Prado Valadares, especialista no assunto.
Conversa vai e vem, conheci a figura notável que é a coveira Neuza, simpática, agradável no meio dos corredores de túmulo. Veio dos lados de Pão de Açúcar tangida pela seca e agarrada ao marido. Ele virou coveiro e foi querendo adoecer e terminou doente e findou morrendo. Ela foi ajudá-lo: uma coisinha aqui e outra ali, terminou cavando cova. Virou viúva e,com toda a justiça, ficou no lugar do marido ocupando a vaga existente.
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O bom amigo Clarival |
Nenhum os coveiros até aquele momento havia cumprimentado alguma assombração. Como a maioria dos cemitérios, os mortos ficamem paz. Neuza me disse que a situação mais triste por ela presenciada foi a chegada de corpos despadaçados em desastre na Serra da Pia. Pedaços lançados na cova aberta, pessoas espatifadas. Neuza jamais esqueceu, mas, na realidade, foi difícil lembrar-se de ter ocorrido uma situação triste, como se a convivência com a morte a fizesse separar-se da imensidão de dor que passou por perto dos seus olhos.
Mais depressa, lembrou-se de história engraçada dos mundos do São Gonçalo. MariaTopada entrou bêbeda, foi andando e desviando das covas por aqui e por acolá. Viu um lugar bom, deitou, dormiu. Os coveiros não viram Maria Topada, trancaram o portão e saíram por volta das cinco horas da tarde. Ela acordou pelas cinco da manhã e o portão trancado. Ficou na espera de um salvador e nisto veio o pãozeiro com o balaio na cabeça. Quando ele passou pelo portão, Maria Topada disse agoniada: "Me tire daqui!". O pãozeiro saiu correndo até o açude, em um derrubar balaio do pão até chegar e lá embaixo. O açude nada entendeu, mas o pãozeiro caiu e quebrou a padaria como diriam os antigos.
Oi Luiz! Vi que vc é um estudioso de Palmeira dos Indios. Queria muito o seu contato para poder trocar informaçoes do lugar para saber a historia da familia. Karen pequenataka@hotmail.com ou 11-98095-4124
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